O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, impôs hoje um confinamento obrigatório dos britânicos em casa, da qual só poderão sair para fazer compras de bens essenciais, numa tentativa de reduzir a propagação da covid-19.
“Tenho de dar aos britânicos uma instrução muito simples: têm de ficar em casa”, disse, numa comunicação ao país transmitida pela televisão.
De acordo com o governo, os britânicos só deverão sair para fazer “compras de bens essenciais o menos frequentemente possível, uma forma de exercício por dia, como correr, andar ou andar de bicicleta, sozinho ou com membros do agregado familiar, por necessidade médica ou para ajudar uma pessoa vulnerável e para ir para o emprego, mas só quando for necessário”.
Johnson encorajou as pessoas a recusarem encontrar-se com amigos ou com familiares que não vivem na mesma casa nem a sair de casa para fazer compras que não sejam bens essenciais, como comida ou medicamentos, usando entregas ao domicílio quando possível.
“Se não cumprirem as regras, a polícia terá os poderes para as executar, incluindo através de multas e dispersando ajuntamentos”, avisou.
Vão ser encerradas lojas que não vendem bens essenciais, como roupa ou bens eletrónicos, bibliotecas, parques infantis, locais de culto e ginásios ao ar livre e cancelados eventos, como casamentos e batizados.
“Os parques vão continuar a estar abertos para exercício, mas os ajuntamentos serão dispersos”, vincou.
O primeiro-ministro lamentou ter de tomar estas medidas, mas admitiu que “não existem opções fáceis” e que o caminho pela frente “é difícil e muitas vidas ainda vão ser perdidas”.
O balanço mais recente das autoridades britânicas indica que o número de pessoas infetadas pela covid-19 aumentou para 6.650 no Reino Unido, das quais 335 morreram.
Estas novas medidas seguem-se após críticas da oposição, da imprensa e de especialistas à relutância do governo em aplicar medidas mais rigorosas de distanciamento social, na sequência de imagens e relatos de muitas pessoas a passear ao ar livre este fim de semana.
Apesar de apoiar o governo, o líder interino dos Liberais Democratas, Ed Davey, disse existirem “questões legítimas sobre se esta fase deveria ter sido tomada mais cedo”.
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