Marcelo Rebelo de Sousa critica “lentidão” na investigação de Pedrógão Grande

O Presidente da República criticou o ritmo a que estão a ser levadas as investigações e instou o Ministério Público a apurar as responsabilidades o mais rápido possível, em declarações à impressa após assistir esta quarta-feira, juntamente com Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, a uma missa de homenagem às vítimas de Pedrógão Grande.

Três anos depois dos incêndios que vitimaram 66 pessoas e provocaram 254 feridos, reduzindo a cinza a região de Pedrógão Grande, ainda não foram apuradas as conclusões da investigação conduzida pelo Ministério Público (MP).

“Há facetas positivas”, começou por dizer, fazendo referência às indemnizações das famílias, à revisão em Assembleia da Republica da legislação que cobre a “toda uma matéria que tem a ver com a floresta” e à revisão da capacidade de prevenção e resposta da proteção civil em relação ao futuro.

“E depois há aspetos que motivam os reparos, naturalmente a lentidão da justiça”, referiu às portas da igreja do Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Figueiró dos Vinhos. “A justiça tem o seu tempo, mas há aspetos que foram levados a investigação e que têm durado muito tempo. Esse tempo é muito longo para a vida das pessoas e das populações”, apelou.

Para Marcelo, enquanto esse processo não estiver concluído, a reconstrução de Pedrógão Grande será sempre mais lenta, mais difícil e menos pacífica. “O facto de serem processos longos acaba por criar compassos de espera que não facilitam nem são propícios”, concluiu.

O Presidente da República aproveitou o momento para acrescentar que o Governo tem responsabilidades na recuperação da região e que esse esforço está a ser igualmente “lento”. “Também a reforma da floresta é uma questão longa por razões culturais, económicas e populacionais, sendo ainda mais dificil em áreas mais pobres”.

“Vai-se aprendendo com o tempo que a única maneira de combater e prevenir certas situação é o desenvolver da capacidade económico-social de certas regiões. Esse desenvolvimento fica aquém e todos desejaríamos que fosse mais rápido”, referiu.