O presidente do PSD criticou esta terça-feira na rede social “Twitter” a direita brasileira que se manifestou contra a interrupção de uma gravidez numa menina de 10 anos que foi violada pelo seu tio, realçando que os “os extremismos cegam e não conhecem limites”
Uma menina de 10 anos engravidou depois de violada pelo seu tio. A direita brasileira manifesta-se fortemente contra a interrupção desta gravidez e há até quem divulgue publicamente a identidade da criança. Os extremismos cegam e não conhecem limites. https://t.co/3SOE7Hqv0E
— Rui Rio (@RuiRioPSD) August 18, 2020
Na última sexta-feira, a Justiça brasileira autorizou a menina a passar por um procedimento de interrupção da gravidez, permitido no Brasil apenas em casos de violação, se a gestante estiver em risco de morte ou quando o feto apresentar anencefalia ( má formação do cérebro caracterizada pela ausência total do encéfalo e da caixa craniana do feto).
Para fazer o procedimento a menina foi transferida para um hospital na cidade de Recife, capital do estado de Pernambuco, após uma equipa médica do Espírito Santo se ter recusado a realizar o aborto.
A repercussão do caso nos ‘media’ locais também reacendeu a polémica sobre o aborto no Brasil, país que possui legislação muito restritiva a esta prática.
Vários ativistas pró e contra o aborto reuniram-se no último domingo em frente ao hospital onde a menina de 10 anos realizou o aborto, e alguns grupos religiosos até tentaram invadir a maternidade do centro médico, gritando que o médico e a paciente eram assassinos.
Apesar de se tratar de um processo que corre em segredo de justiça, o hospital e o nome da menina tornaram-se conhecidos após serem divulgados pela ativista de extrema-direita Sara Giromini, que se autodenomina “Sara Winter”, que está em liberdade condicional após ser presa por ameaçar juízes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Sara Giromini divulgou a identidade da menina nas redes sociais, o que pode constituir uma infração penal e por isso a Justiça determinou que todas as publicações feitas por ela fossem excluídas.
Por sua vez, o Ministério Público Regional do Espírito Santo abriu um inquérito sobre supostas pressões de grupos religiosos, evangélicos e católicos, que tentaram persuadir a família da menina a não realizar o aborto.
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