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Novo Banco precisa de ter lucros em 2021 para ser “viável” para Bruxelas

António Ramalho, CEO do Novo Banco, disse, em entrevista à TVI, que o processo de reestruturação do banco continua até 2021 porque se espera que a instituição financeira dê lucros, provando ser “um banco viável” perante a União Europeia.
Cristina Bernardo
2 Setembro 2020, 20h42

O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, reforçou esta noite, em entrevista à TVI, que o banco venha a dar lucros no próximo ano e, assim, provar à União Europeia que é “um banco viável”.

“O banco já tem um nível de solidez significativo e naturalmente quer terminar este processo [de reestruturação] em 2020, tal como estava previsto no nosso contrato. O processo continua até 2021. A razão é porque se espera que o banco tenha resultados positivos em 2021 e assim prove à União Europeia que é um banco viável”, disse o CEO da instituição financeira.

António Ramalho abordou ainda as perdas de quatro mil milhões de euros reveladas pela auditoria que a Deloitte fez aos actos de gestão do BES/Novo Banco, entre 2000 e 2018.

O CEO disse que estas perdas “não são novas perdas” e que “não têm nada a ver com o presente”. E, reforçou, “são essas perdas que dão origem à auditoria”, explicando ainda que “algumas destas perdas surgiram porque verificou-se que houve transações de portefólios, nomeadamente algumas que deram uma falsa polémica sobre operações de imóveis, com elevado desconto”.

Questionado sobre o preço das vendas de carteiras de imóveis, António Ramalho frisou, tal como tinha feito esta manhã, durante a conferência de imprensa, que “o banco não vende porque tem o gosto de vender. Vende porque é obrigado a vender em dois anos, porque são assim as regras para todos os bancos portugueses”.

O CEO referiu que estas vendas de carteiras de ativos imobiliários realizaram-se entre 2017 e 2018 “porque o mercado parecia melhor” e vincou que “o preço a que nós vendemos não era um preço de desconto, era o melhor preço”.

António Ramalho explicou ainda que muitos dos ativos imobiliários que foram vendidos em pacote não constituem imóveis residenciais. Aliás, do ativo imobiliário que o Novo Banco herdou e que tinha de limpar do balanço, 14% são imóveis residenciais, enquanto 48% corresponde a terrenos e, dentro destes, 26% constituem terra rústica. “Os valores da terra rústica não aumentaram”, sinalizou António Ramalho.

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