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Fed alavanca abertura em alta de Wall Street

Uma política mais próxima do objetivo de recuperação da economia e dados menos dramáticos na frente macreconómica, estão a segurar os principais índices do outro lado do Atlântico.
16 Setembro 2020, 14h44

Tal como se esperava depois de uma manhã de crescimento generalizado dos índices europeus, os mercados de Wall Street abriram em alta: O Dow Jones está a crescer 0,19%, para os 20.047,87 pontos; o S&P 500 sobe 0,32%, para os 3.412,20 pontos; e o Nasdaq sobre 0,21%, para os 11.214,36 pontos. Agora, é esperar pelo Fed.

A Reserva Federal deve encerrar a sua última reunião sobre política económica esta quarta-feira com previsões económicas um pouco mais otimistas, existindo a promessa – ou pelo menos a forte expectativa – de que as taxas de juros vão permanecer baixas enquanto a maior economia do mundo precisar de recuperar da pior recessão em décadas.

A reunião de dois dias é a primeira do banco central num quadro recém-adotado de promover a inflação acima de 2%, o que significa que o Fed não vai tirar o pé do acelerador monetário, mesmo se o desemprego continuar a cair a um ritmo mais rápido que o esperado, referem os analistas.

O Federal Open Market Committee, que estabelece as taxas, tem prevista uma declaração sobre a sua política imediata e um resumo das novas projeções económicas ao final da tarde, enquanto o presidente do Fed, Jerome Powell, intervirá numa conferência de imprensa virtual meia hora depois.

“Esperamos que o comité adote este tipo de orientação baseada em resultados até o final do ano”, escreveu Lewis Alexander, economista-chefe da consultora Nomura. O Fed provavelmente encerrará a reunião com outros sinais do seu compromisso de longo prazo, com a defesa de uma política monetária mais facilitadora, disse. Os analistas não vêem necessidade de o Fed aumentar as taxas de juros até pelo menos 2023.

O banco central também deverá seguir o seu programa de compra de títulos como forma de apoiar a recuperação da economia dos Estados Unidos da recessão desencadeada pela epidemia de coronavírus, em vez de apenas fornecer liquidez aos frágeis mercados financeiros. Isso reforçaria as expectativas de uma política contínua de dinheiro fácil.

Ainda assim, há espaço para surpresas nesta quarta-feira, referem os analistas citados pela agência Reuters, incluindo a possibilidade de o Fed fornecer uma orientação mais formal sobre as taxas de juros. De qualquer modo, “a reação do mercado pode ser bastante pacífica”, disse o economista da consultora Cornerstone, Roberto Perli.

Desde que os legisladores do Fed se encontraram pela última vez no final de julho, as perspectivas económicas melhoraram um pouco. A economia também recuperou cerca de metade dos 22 milhões de empregos perdidos nos primeiros dois meses da recessão, o desemprego caiu para 8,4% (chegou aos 14,7%), a atividade industrial aumentou e o consumo reaqueceu.

Assim, embora o resumo das projeções do Fed deva apontar para uma redução do desemprego e um crescimento económico mais rápido do que o previsto em junho, Powell provavelmente manterá sua mensagem de que o caminho para a recuperação será longo e acidentado.

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