O militante democrata-cristão Carlos Meira, que se candidatou à presidência do CDS-PP no Congresso de janeiro, anunciou esta terça-feira a desfiliação do partido. Sem esclarecer os motivos que levaram à sua saída do CDS-PP ao fim de quase 20 anos de militância, Carlos Meira diz que foi entre os democratas-cristãos que conheceu “o pior da sociedade e da natureza humana”, mas garante que nunca o conseguiram “calar”.
“Hoje encerro um ciclo. Desfiliei-me do CDS e afasto-me da política partidária”, escreveu Carlos Meira, numa publicação na sua página de Facebook. “A participação cívica, felizmente, não se esgota nos partidos políticos, penso que cada vez mais será esse o caminho”, acrescenta.
O ex-presidente da concelhia do CDS-PP de Viana do Castelo explica, na mesma publicação, que o CDS-PP foi “uma casa”, onde conheceu “pessoas fabulosas” e amigos que leva “para a vida”, e que os quase 20 anos de atividade política, foram “uma enorme e profunda aprendizagem”, mas não esclarece o que levou à rutura com o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos.
“Numa época em que qualquer um escreve livros, eu não vou escrever um livro, mas quem sabe se um dia não ‘abrirei o livro’ infelizmente foi também na política partidária e no CDS que conheci o pior da sociedade, o pior da natureza humana”, salienta o militante de Viana do Castelo.
Garante ainda que nunca quis fazer da política carreira. “Nunca quis e nunca fiz da política forma de viver e de sobreviver, nunca me conseguiram comprar, nunca conseguiram calar a minha voz, sobretudo em defesa da cidade que amo, Viana do Castelo”, refere.
Natural de Viana do Castelo e militante do CDS-PP desde os 19 anos, o ex-presidente da concelhia do CDS-PP de Viana do Castelo notabilizou-se por, no Congresso de 2018, ter tecido duras críticas à direção de Assunção Cristas, que acusou de “não respeitar as bases do partido”. Candidatou-se à liderança do CDS-PP, em janeiro, para dar voz aos militantes “oprimidos por um centralismo serôdio e bacoco que abunda em Portugal”.
Acabou por desistir da corrida à presidência do CDS-PP, sem declarar qualquer apoio aos restantes candidatos (Francisco Rodrigues dos Santos, João Almeida e Filipe Lobo d’Ávila). “Este é um dos momentos mais importantes do nosso partido. A única coisa que peço a todos é união e mostrarmos ao país, amanhã, que somos um grande partido e grandes bases para o futuro de Portugal”, declarou, na altura, Carlos Meira.
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