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F1 em Portugal: 4,2 mil milhões de euros estão a chegar ao Autódromo Internacional do Algarve

A Fórmula 1 é, no desporto motorizado, uma das modalidades onde mais dinheiro se investe. Quer seja nos carros, salários ou na própria engenharia, a prova rainha do automobilismo promete um espetáculo inesquecível. A “corrida dos milhões” regressa a Portugal 24 anos depois.
21 Outubro 2020, 08h15

A competição rainha do mundo automóvel regressa a Portugal 24 anos depois e traz consigo uma das frotas mais valiosas de sempre. Mercedes e Ferrari lideram o pelotão na classificação e na quantia investida por carro, na época que antecede a limitação das despesas que cada equipa/construtora pode investir nos seus veículos.

Dez equipas com dois pilotos cada disputam o GP de Portugal no que promete ser mais uma luta renhida para retirar o atual campeão do mundo, Lewis Hamilton, do pódio. A tarefa não será fácil, não só pelo talento e experiência do piloto britânico, mas também pela qualidade do carro da Mercedes que, segundo os especialistas, supera em larga escala os adversários.

Ferrari e Mercedes são as equipas mais valiosas de sempre

A equipa/construtora do atual campeão do mundo, a Mercedes, está avaliada em 1,1 mil milhões de euros, sendo a equipa mais valiosa de sempre a disputar uma temporada de Fórmula 1. Segue-se a italiana Ferrari, marca emblemática desta modalidade, avaliada em 846 milhões de euros. Segundo a “Forbes”, estas duas equipas foram as mais bem-sucedidas financeiramente na última década.

As restantes oito equipas estão, conjuntamente, avaliadas em 2,2 milhões de euros segundo a “Forbes”. Individualmente, a Red Bull Racing (541 milhões de euros) fecha o pódio das equipas mais valiosas a alguma distância da Mercedes e Ferrari. Seguem-se a Mclaren (525 milhões de euros), Renault (364 milhões de euros), Williams (338 milhões de euros), AlphaTauri (169 milhões de euros), Racing Point (110 milhões de euros), Haas F1 (97 milhões de euros) e a Alfa Romeu (88 milhões de euros).

Diferença de orçamento das equipas diminui a competitividade

O orçamento que cada equipa/construtora está disposta a gastar nos seus carros tem sido, ao longo da última década, um dos pontos mais sensíveis e escrutinados da competição. A diferença entre os dois primeiros (Mercedes e Ferrari) e os restantes é bastante significativa e isso tem gerado várias críticas à organização.

Nesse sentido e, após longas negociações, a Fórmula 1 aceitou diminuir os gastos numa escala móvel ao longo de vários anos. O limite será estabelecido nos 145 milhões de dólares (122 milhões de euros) já para 2021, caindo para os 140 milhões dólares (118 milhões de euros) em 2022, e para o período entre 2023 a 2025 estará fixado nos 135 milhões de dólares (114 milhões de euros).

Para se ter uma melhor noção do quanto este aspeto influencia o desempenho das equipas, basta olharmos para o orçamento que cada uma investiu na temporada de 2020 segundo o portal “BeyondTheFlag”: Mercedes (409 milhões de euros), Ferrari (392 milhões de euros), Red Bull Racing (376 milhões de euros), Renault (230 milhões de euros), Mclaren (227 milhões de euros), Racing Point (159 milhões de euros), Haas F1 (146 milhões de euros), Alfa Romeu (119 milhões de euros), AlphaTauri (116 milhões de euros) e a Williams (111 milhões de euros).

Rentabilidade não é sinónimo de troféus na F1

A nível de receitas, sem surpresa, Mercedes e Ferrari também lideram nesta categoria, com 451 milhões de dólares (381 milhões de euros) e 426 milhões de dólares (360 milhões de euros) respetivamente. A diferença para as restantes equipas, ainda assim, não é tão grande como a sua avaliação faz transparecer. Segundo a “Forbes”, as restantes oito equipas que compõem o campeonato do mundo de Fórmula 1 têm receitas de: Red Bull Racing (276 milhões de euros), Renault (165 milhões de euros), Williams (149 milhões de euros), AlphaTauri (145 milhões de euros), Mclaren (139 milhões de euros), Racing Point (88 milhões de euros), Haas F1 (80 milhões de euros) e a Alfa Romeu (71 milhões de euros).

Patrocínios multiplicam-se na competição automóvel mais vista do mundo

Sendo uma das competições mais mediáticas do mundo, é natural que várias marcas estejam dispostas a investir vários milhões de euros em patrocínios. A Fórmula 1 conta com 15 parceiros no financiamento da temporada: Heineken, Pirelli, DHL, Emirates, Rolex, Johnnie Walker, AMG Driving Performance, AWS, Petronas, Champagne Carbon, Cyber1, Marelli, Securitas, Hotels for Hope and Fanatec.

14 nacionalidades divididas por 20 equipas

A nível de pilotos, sendo esta a competição rainha do automobilismo, é natural que a possibilidade de conduzir um carro de Fórmula 1 seja muito atraente para quem faz das corridas a sua profissão. A Fórmula 1 desde a sua fundação, em 1950, já contabilizou 39 nacionalidades diferentes.

A edição de 2020 conta com 14 nacionalidades diferentes, que representam todos os continentes do mundo, com exceção para África. Reino Unido e França são os países com mais representantes, três cada, seguindo-se o Canadá e a Finlândia com dois cada. Austrália, Alemanha, México, Polónia, Dinamarca, Tailândia, Rússia, Países Baixos, Itália e Espanha completam o leque de nacionalidades.

Impacto económico para Portugal pode chegar aos 100 milhões de euros

As corridas de Fórmula 1, regra geral, acabam por ter sempre um impacto económico muito significativo nos países onde se disputam. Portugal, ao que tudo indica, não será exceção. Segundo o presidente executivo do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), Paulo Pinheiro, os cálculos feitos para 35 mil espectadores geravam um resultado “sempre superior” a 100 milhões de euros.

Apesar de já se saber que o AIA só vai poder receber 27.500 espectadores, depois da DGS ter limitado a lotação inicial prevista de 46 mil pessoas. Ainda assim, o impacto económico para a região do Algarve e restante Portugal continental será considerável, não só por ser um dos eventos mais mediáticos do mundo desportivo, como também pela expectativa criada à volta de uma corrida que não se disputa em Portugal desde 1996.

Segundo Paulo Pinheiro, o impacto económico gerado servirá como uma “lufada de ar fresco” para a região do Algarve – uma das mais afetadas economicamente pela pandemia de Covid-19 por estar tão dependente do Turismo. Segundo o responsável a vinda da Fórmula 1 a Portugal impedirá que “90% da hotelaria algarvia esteja fechada”.

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