Depois do aeroporto britânico de Heathrow ter acumulado perdas de 1,6 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020, fruto da pandemia de Covid-19 e pela consequente perda de passageiros, o aeroporto da capital francesa, Charles de Gaulle tornou-se no mais movimentado da Europa, segundo o “The Guardian”.
A administração do aeroporto britânico critica o governo de Boris Johnson pelo “progresso lento” em relação ao que foi feito pelos seus rivais, como por exemplo a implementação de testes à chegada para os passageiros. Heathrow quer que o governo implemente uma medida de testes obrigatórios até ao primeiro dia de dezembro, como forma de estimular a competitividade e estabelecer uma ponte aérea com os Estados Unidos antes do dia de ação de graças, que se comemora a dia 26 de novembro.
John Holland-Kaye, presidente-executivo do aeroporto de Heathrow disse que “esta é a maneira que podemos proteger os empregos no Reino Unido, bem como proteger as pessoas do coronavírus”. Em declarações à rádio “BB”, Holland-Kaye acrescenta que “tem que ser a coisa certa a fazer para este país ajudar na recuperação económica. O governo tem demorado implementar estas medidas, e tem de o fazer até ao início de dezembro”.
Até ao final de setembro, Paris recebeu 19,27 milhões de passageiros através do aeroporto Charles de Gaulle, ficando à frente de Heathrow que recebeu 18,97 milhões. O aeroporto Schiphol de Amesterdão recebeu 17,6 milhões de passageiros e Frankfurt fixou-se nos 16,16 milhões, de acordo com os dados fornecidos por Heathrow, aos quais o “The Guardian” teve acesso.
Heathrow abriu o primeiro gabinete de testes rápidos na semana passada para passageiros que viajam de Londres a Hong Kong, mas a ausência de instalações de testes confiáveis para passageiros que vão ou vêm de outros destinos significa que muitos estão sujeitos a períodos de quarentena na chegada ao Reino Unido ou outros países.
A receita de Heathrow no terceiro trimestre do ano caiu 72% em comparação com 2019, para 264 milhões de euros, e a segunda onda da pandemia de Covid-19 no Reino Unido reduziu ainda mais as previsões do aeroporto para o número de passageiros. A administração espera que o aeroporto receba 22,6 milhões de passageiros em 2020 e 37,1 milhões em 2021, muito abaixo dos 81 milhões que viajaram em 2019. Em junho, quando a pandemia parecia estar sob controlo no Reino Unido, previa-se 29,2 milhões de passageiros em 2020 e 62,8 milhões em 2021.
Holland-Kaye disse que “o Reino Unido está a ficar para trás porque temos sido muito lentos para adotar os testes de passageiros. Os líderes europeus agiram mais rápido e agora as suas economias estão a colher os benefícios”.
Uma porta-voz do Departamento de Transporte respondeu, afirmando que a “prioridade sempre foi proteger o público e controlar o risco de novos casos serem importados do exterior. “A força global de viagens do governo está a trabalhar com médicos, administrações delegadas e a indústria de viagens para desenvolver medidas o mais rápido possível para proteger a conectividade aérea e considerar como os testes podem ser usados para reduzir o período de autoisolamento”.
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