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Economia portuguesa sofre recessão de 8% este ano e cresce 6% em 2021, estima Euler Hermes

A seguradora, que é acionista da COSEC, prevê que a economia nacional só irá recuperar “totalmente” do impacto da pandemia em 2022. “Portugal foi fortemente atingido pela recessão causada pelo confinamento”, alertam os analistas.
3 Novembro 2020, 15h21

A economia portuguesa deverá contrair 8% este ano e crescer 6% em 2021, acima da média da zona euro (4,8%), estima a companhia de seguros de crédito Euler Hermes, acionista da COSEC. No entanto, os especialistas da seguradora preveem que Portugal não vai conseguir recuperar “totalmente” do impacto negativo da pandemia antes de 2022.

A empresa de seguro de créditos estima que Portugal tenha um aumento do número de insolvências, tanto este ano como no próximo, na ordem dos 15%.

“Portugal foi fortemente atingido pela recessão causada pelo confinamento (-13,8% de contração do PIB no segundo trimestre de 2020). Portugal foi, a seguir à Grécia, o país da zona euro em que o consumo foi mais afetado pela pandemia, nomeadamente devido ao peso que têm no consumo interno as atividades relacionadas com hotelaria e restauração, transportes, vestuário e calçado, entretenimento e cultura, mobiliário e artigos para a casa (cerca de 27% do PIB)”, pode ler-se no comunicado divulgado esta terça-feira.

Porém, segundo os analistas, Portugal pode beneficiar da retoma internacional do comércio de bens, cujas exportações representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A moderar a velocidade da retoma está a recuperação “muito comedida” do turismo – que só deverá atingir o nível pré-crise sanitária e socioeconómica em 2023 – e também a “previsível manutenção”, até ao final do próximo ano, de medidas de contenção, tanto a nível nacional como nos países vizinhos, entre os quais Espanha, França e Reino Unido.

A Euler Hermes faz ainda estimativas relativamente àquele que se acredita ser o verdadeiro motor da retoma e do controlo do vírus: a vacina. Para a acionista da COSEC, durante vários meses, a distribuição dos fármacos contra a Covid-19 mobilizará metade da capacidade global do setor.

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