O projeto do hidrogénio verde em Portugal, que tanta polémica tem gerado nos últimos tempos, em particular na última semana, está longe de se limitar ao consórcio mais conhecido da EDP/Galp/REN/Martifer/Vestas, estando neste momento aprovados 37 projetos que envolvem empresas públicas e privadas, universidades e institutos politécnicos, organizações autárquicas e outras instituições.
The Navigator Company, Altri, Bondalti Chemicals (Grupo José de Mello), Dourogás, Turbogás, Tejo Energia, Prio, ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade, MAN – Energy Solutions, Grupo José Luís Simões, CaetanoBus, CP e Grupo Águas de Portugal são apenas algumas das empresas, a maioria delas integrada em consórcios mais vastos, que já viram aprovados os seus projetos no âmbito do projeto do hidrogénio verde, conforme o Jornal Económico apurou.
Também o Instituto Politécnico de Portalegre, a FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, FCT – Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Associação do IST – Instituto Superior Técnico para Investigação & Desenvolvimento são instituições universitárias que apresentaram projetos já aprovados, assim como organizações autárquicas, como a CIM – Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo.
No documento da responsabilidade do MAAC – Ministério do Ambiente e da Ação Climática não são revelados valores de investimento para qualquer um dos projetos referenciados.
A Águas de Portugal, teve luz verde para o seu projeto de hidrogénio para o grupo que lidera; a Altri também foi autorizada a avançar com o seu projeto de descarbonização do setor da produção de pasta de papel, enquanto a The Navigator Company também recebeu aval para seguir com o projeto de combustão mista com hidrogénio verde.
O consórcio formado pela AkuoEnergy e Solarbelt receberam autorização para o projeto de construção de uma unidade fabril de combustível de hidrogénio para aviões a jato, ao passo que a Bondalti Chemicals (Grupo José de Mello) foi autorizada para avançar com o projeto H2Enable – The Hydrogen Way for Our Chemical Future’, em Esgtarreja.
Por seu turno, a CP criou um consórcio com CaetanoBus , FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Nomad Tech e Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio para desenvolver o seu projeto ‘H2Rail – Descarbonização do transporte ferroviário de pessoas’.
Além do mais conhecido consórcio formado pela EDP, Galp, REN Martifer e Vestas, para o desenvolvimento de um ‘cluster’ de hidrogénio verde em Portugal para apoiar a transição energética nacional e europeia, também o agrupamento formado pela EnergiePulse Systems, Lda/GIAAPP – ISEL/Laboratórios de Nanofísica/Nanotecnologia e Energia (NLE)/Centro de Tecnologia e Sistemas – Uninova, FCT – Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNL – Universidade Nova de Lisboa recebeu aprovação para o seu projeto neste domínio, para o acompanhamento técnico da construção, operação e reconversão de infraestruturas para a produção, transporte e abastecimento de hidrogénio, usando técnicas avançadas de inspeção e monitorização.
A EQS recebeu luz verde para o desenvolvimento de uma plataforma digital de recolha de dados em tempo real de produção e consumo de hidrogénio, enquanto a FPV Holdings, Lda foi também agraciada em relação ao projeto de produção de eletricidade renovável para eletrólise através de um central solar flutuante e produção de hidrogénio verde.
A Fusion Welcome, em associação com a FUEL, tiveram ‘ok’ para avançar com o projeto de produção de combustível de fusão (‘fusion fuel’), ao mesmo tempo que o consórcio da Iberis – Gestão de Energia, SA, PRF, CETIL, Dispensing Technology SL e Dourogás Renovável também foram autorizados a prosseguir com o projeto H2CS, Hidrogénio Verde no Corredor Ferroviário Internacional Sul.
Já o ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade, associado ao Centro de Recursos Naturais e Ambiente e à Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação & Desenvolvimento, foram autorizados a prosseguir com o projeto para desenvolvimento da ferramenta de apoio à decisão para a operação de infraestruturas de armazenamento, transporte e distribuição de hidrogénio e misturas de gás natural com hidrogénio.
O mesmo com o agrupamento da JAF Energias Renováveis e da JAF Plus, Lda, para o projeto da JAF H2 Verde, sendo que o Grupo Luís Simões também recebeu luz verde para um projeto de hidrogénio em Mangualde.
Por seu turno, a PRF – Gás, Tecnologia e Construção, SA, viu aprovado o seu projeto para novas soluções para promover a cadeia de valor do hidrogénio, assim como o consórcio da Enforce – Engenharia de Energia, SA e da Prio Energy, para um projeto de produção de hidrogénio verde por eletrólise de águas residuais; tal como um outro agrupamento formado pela Prio Energy e Akuo Renováveis Portugal, para produção de hidrogénio verde no âmbito de produtos da economia circular.
Também foi dada luz verde aos projetos do agrupamento da Semurai Waste & Energy, SA; Circlemolecule, Lda; Recivalongo, Lda e Mestricubo, e da EnergyKeme, Lda e Self Energy Ltd, para uma nova unidade de produção em Sines.
A Smartenergy Invest AG recebeu luz verde para quatro projetos de produção de hidrogénio: no Cadaval, Mogadouro, Muge e Pinhal Novo, enquanto que a Voltalia recebeu autorização para mais dois, um sozinha, e outro em associação com a Ecobie – Engenharia, Lda, em Carreira, Leiria, o mesmo acontecendo com a Hyperion II Renewables Services Unipessoal, Lda, para uma central de produção híbrida no Alandroal, e para uma central de produção pura de hidrogénio em Setúbal.
Por fim, menção ainda para mais autorizações aos projetos dos consórcios formados pela CaetanoBus – Fabricação de Carroçarias, SA, Toyota Caetano Portugal e FEUP; Hexicon AB/Wunderhexicon SL/WunderOcean/InnovaKeme, Lda, para a construção de uma central flutuante de produção); Turbogás – Produção Energética, SA/Portugen Energia, SA e Trust Wind Services, Lda, para produção de hidrogénio verde para co-combustão com gás natural na Tapada do Outeiro e fornecimento de hidrogénio para o setor industrial e de mobilidade.
Além destes 37 projetos já aprovados, foram chumbados outros planos para produção de hidrogénio em Portugal, apresentados por empresas como a Solvay Portugal, Dourogás, Sonae Capital, Efacec, MAN ou Tejo Energia, por exemplo.
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