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PS quer conceder honras de Panteão Nacional ao escritor Eça de Queiroz

O grupo parlamentar socialista considera que Eça de Queiroz “marcou indelevelmente a Língua Portuguesa”, com o seu “forte carácter humanista” e com um obra literária “ímpar e determinante na história da literatura portuguesa”.
14 Dezembro 2020, 10h39

O Partido Socialista (PS) quer conceder honras de Panteão Nacional aos restos mortais do escritor Eça de Queiroz, em reconhecimento e homenagem pela sua obra literária. O grupo parlamentar socialista considera que Eça de Queiroz “marcou indelevelmente a Língua Portuguesa”, com o seu “forte carácter humanista” e com um obra literária “ímpar e determinante na história da literatura portuguesa”.

“Escritor maior, não só contribuiu como poucos para a expansão da cultura portuguesa, como o fez sob a égide de um forte carácter humanista, justificando de forma amplamente consensual a propositura da concessão de honras de Panteão Nacional”, defende o PS, num projeto de resolução entregue no Parlamento.

A homenagem proposta pelos socialistas surge no ano em que se assinalam os 175 anos do nascimento de José Maria Eça de Queiroz e 120 anos da sua morte. Nascido em 1845, na Póvoa de Varzim, o escritor é reconhecido como “um dos maiores romancistas da história da literatura portuguesa”, com várias obras que marcaram a literatura como “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro” e, particularmente, “Os Maias”.

“Se muitos dos seus contemporâneos aprenderam a ‘ler – e a sentir, e a pensar – pelos seus livros’, como lembra em 1919 o escritor e diplomata Alberto de Oliveira, o mesmo se pode dizer das gerações que se seguiram, continuando Eça de Queiroz um dos escritores mais lidos, debatidos e glosados”, refere o PS.

A par da publicação de várias obras, que foram incluídas nos programas do Ensino Secundário, destacou-se também pela participação em jornais nacionais e brasileiros, como  “O Atlântico”, “Gazeta de Notícias”, “Diário de Notícias”, “A Ilustração”, “A Província”, “Revista de Portugal” e “O Repórter”. A carreira diplomática levou Eça de Queiroz a notabilizou nas funções de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris.

“Compelido pela forte consciência humanista que o caracterizava, tornou-se em Cuba uma voz ativa contra a quase escravatura a que eram submetidos os trabalhadores chineses e africanos do engenho de açúcar. Em pleno século XXI, ainda é recordado e homenageado em Cuba, através da Cátedra Eça de Queiroz da Universidade de Havana”, destaca o grupo parlamentar socialista.

O PS diz ainda que, “numa época em que os índices de leitura descem assustadoramente, muitos têm ainda em Eça de Queiroz o porto seguro no qual se abrigam”. “Ele próprio transformado em personagem do nosso imaginário coletivo, Eça de Queiroz é sinónimo de cosmopolitismo, acutilância e consciência social. Características essenciais numa sociedade que queremos tão global quanto compassiva”, acrescenta.

Para conceder honras de Panteão Nacional a Eça de Queiroz, deverá ser constituído um grupo de trabalho composto por representantes de cada grupo parlamentar para “determinar a data e de definir e orientar o programa de trasladação, em articulação com as demais entidades públicas envolvidas, bem como um representante da Fundação Eça de Queiroz”.

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