XC 90 Excellence. Luxo no superlativo
O Volvo XC90 é um dos melhores SUV do mercado. E se até aqui já todos sabíamos da história, aquilo que a marca quis foi atingir o superlativo no acabamento e nos extras que quase 130 mil euros conseguem pagar. O modelo Excellence propicia uma viagem de experiência, sobretudo para os dois ocupantes deo banco de trás. Mais do que uma viatura estilo limousine, o XC 90 Excellence oferece aquilo que só se espera ter em casa: um cadeirão com função de massagem, mesas rebatíveis para fazer uma refeição enquanto viaja, copos de cristal Orrefors e apoio de copos iluminados com função de aquecimento e arrefecimento, de acordo com as estações do ano. Claro que a bebida que melhor se adapta ao frigorífico central é o champanhe.
E este é apenas o ‘envelope’, porque o coração ameaça fazer parte da história. Vejamos: temos uma motorização T8 Twin Engine AWD plug-in-hybrid com motor de 2 litros turbo. Isto significa que o carro funciona com um motor elétrico que a marca diz poder chegar aos 50 quilómetros, mas que no nosso teste “com prego a fundo” não conseguiu melhor do que 35 quilómetros percorridos. Finda a energia elétrica, entra em ação o motor de combustão a gasolina, uma opção que respeita as diretrizes da marca sueca que, dentro de dois anos, abandonará em definitivo o diesel por questões ambientais. É no motor a combustão que estão as grandes virtudes, mas também algumas questões que necessitam de correção.
Este motor a gasolina com uma arquitetura feita com quatro cilindros e que debita 320 cv acrescidos dos 87 cv do motor elétrico, consegue uma espantosa aceleração dos 0 aos 100 Km em apenas 5,6 segundos e a velocidade máxima vai aos 230 Km, de acordo com as referências da marca, já que não fizemos o teste de velocidade de ponta. No entanto, o consumo combinado apontado pela marca tem em conta uma condução otimizada com o motor elétrico, e no nosso teste, com a potência a ser gerada apenas pela gasolina, o consumo foi aos 10 litros. Ora, faria sentido um tanque com dimensões generosas, o que não é o caso. Isso significa que, quando se está a “puxar”, dicilmente se poderá fazer Lisboa/Valença do Minho sem ter de reabastecer. Esta foi a única nódoa encontrada, mas que pode ser corrigida. De resto é só superlativos.
Um SUV com nível de equipamento Excellence significa ainda uma caixa automática Geartronic 8v, cujo punho é feito em cristal. Mecanicamente, a transmissão revela uma grande evolução relativamente ao primeiro modelo da nova gama do XC 90. Por outro lado, a capacidade de escolher bem o interior faz a diferença e, no modelo testado, a opção foi o couro excellence blond, que lhe fica “a matar”. É, certamente, um carro excessivo para se fazer apenas o trajeto casa-trabalho, mas é um carro aspiracional que afasta, a priori, quem opta por fazer muitas contas. Esta é uma viatura premium e, por isso, tem um preço a condizer. Sobre o interior haverá que referir a opção da Volvo pelo Apple CarPlay e pelo Android Auto como equipamento standard. Dentro de um ecrã de configuração vertical de 9 polegadas a Volvo instalou todos os comandos do inforentretenimento. O ecrã touch é intuitivo, mas tem o problema arreliador das dedadas. Este senão é compensado pelos belíssimos gráficos que acompanham a informação, cuja manipulação obriga a alguma familiarização. A Volvo quis introduzir como standard mais tecnologia passiva, nomeadamente o pilot assist, um sistema semi-autónomo suportado por um cruise control adaptativo. Além disso, não podia faltar a câmara com visão a 360 graus e bancos traseiros aquecidos na versão a partir do “Luxury”.
Esta é uma viatura que, em termos de design, está próxima da perfeição, é “limpa” nas linhas e eficaz nas opções a nível de motorização, transmissão e iluminação. Estamos perante um ícone.
