O número de estrangeiros vítimas de exploração laboral em Portugal tem vindo a crescer substancialmente nos últimos anos. Os inspetores do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indicam que o tráfico de seres humanos é superior ao que consta nos dados oficiais e pedem mais meios para poder fiscalizar o problema, avança o jornal “Diário de Notícias”.
“Se multiplicássemos por 20 o número de casos de tráfico de seres humanos que vem nos relatórios oficiais, ainda seria pouco para retratar a realidade que se sente no terreno”, afirma o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF) do SEF, Acácio Pereira, considerando que os números oficiais são “um insulto para os milhares de pessoas que todos os anos são vítimas de exploração laboral e sexual em Portugal”.
No ano passado, o SEF instaurou apenas 20 inquéritos por tráfico de seres humanos. A exploração laboral acontece, sobretudo, em zonas agrícolas, especialmente nas herdades do Alentejo. A maior parte das pessoas exploradas são provenientes da Europa de leste e do Brasil.
O Grupo de Peritos em Ação contra o Tráfico de Seres Humanos (GRETA) do Conselho da Europa coloca Portugal entre os cinco países onde o tráfico mais tem crescido, tendo em conta que o país serve de porta de entrada para o espaço Schengen. O destino final da rota de tráfico são os países do centro europeu.
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