“Se fosse pela bitola de Jorge Sampaio a Assembleia da República já devia ter sido dissolvida umas quatro vezes.” As palavras são de Pedro Santana Lopes, que, em declarações à Rádio Observador, recordou a altura em que o então Presidente da República dissolveu o Parlamento na sequência da ida de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia.
Apesar de admitir que “as circunstâncias são diferentes”, o antigo primeiro-ministro defende que o Governo foi “politicamente atingido” com a saída de Pedro Nuno Santos do Executivo e, por isso, António Costa deveria também apresentar a demissão. “À luz dos cânones das democracias europeias, o que era normal era, face à gravidade do que aconteceu, o primeiro-ministro apresentar a demissão deste Governo e o Presidente da República pedir para voltar a formar novo Governo”, atirou.
Acreditando que o ministro demissionário não tinha conhecimento da indemnização que Alexandra Reis recebeu quando saiu da TAP, o autarca da Figueira da Foz considera que Pedro Nuno Santos “continua a ter condições” para suceder a António Costa na liderança do PS.
“Tem muita máquina, muito aparelho e, no futuro, vai aparecer como alguém que não sabia e teve a dignidade de Jorge Coelho em assumir a responsabilidade por atos que não eram dele. E mesmo que tenha errado, não digo que o tempo tudo cura, mas [cura] quase tudo e também em política”.
O cenário leva também Santana Lopes a considerar que o PSD deveria apresentar uma moção de censura ao Governo e, ao mesmo tempo, ir preparando “uma alternativa, porque as pessoas não têm a perceção que existe uma alternativa”.
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