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Risco de pobreza diminuiu com ajuda acrescida das prestações sociais (com áudio)

O risco de pobreza fixou-se em 16,4% em 2021, menos dois pontos do que no ano anterior, indica o INE. Contributo das transferências sociais para essa trajetória cresceu.
20 Janeiro 2023, 11h40

A taxa de risco de pobreza caiu em 2021, tendo ficado, ainda assim, acima dos níveis pré-pandemia. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 16,4% das pessoas residentes em Portugal estavam nessa situação, menos dois pontos percentuais do que em 2020. Já o contributo das transferências sociais (como o subsídio de desemprego e o subsídio de doença) para essa redução cresceu, indica o gabinete de estatísticas esta manhã.

“O inquérito às condições de vida e rendimento, realizado em 2022 sobre os rendimentos do ano anterior, indica que 16,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2021, [o que corresponde] à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6.608 euros (551 euros por mês)”, avança o INE.

Essa redução abrangeu, é detalhado, todos os grupos etários, tendo sido mais significativa entre os idosos. Assim, entre os indivíduos dessa última faixa etária, houve uma redução do risco de pobreza de 3,1 pontos percentuais. Em contraste, entre os menores de 18 anos, o recuo foi de 1,9 pontos percentuais. E entre os adultos em idade ativa, a quebra foi de 1,6 pontos percentuais.

O gabinete de estatísticas salienta ainda que houve um alívio do risco de pobreza tanto entre a população empregada, como entre a população desempregada. Em causa estão recuos de 0,9 pontos percentuais e 3,1 pontos percentuais, respetivamente.

E a explicar essa trajetória estiveram nomeadamente as transferências sociais, que registaram um contributo superior ao registado em 2020: 5,1 pontos percentuais contra 4,6 pontos.

Por outro lado, o INE avança que, com base nos rendimentos de 2021, havia dois milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, isto é, a viver em agregados com intensidade laboral per capita “muito reduzida” ou em situação de privação material e social severa. “Consequentemente, a taxa de pobreza ou exclusão social foi 19,4%, menos 3,0 pontos percentuais do que no ano anterior”, salienta o gabinete de estatísticas.

Também a desigualdade diminuiu em 2021. O Coeficiente de Gini fixou-se em 32%, menos um ponto percentual do que em 2020. E o rácio que compara a soma de rendimento líquido dos 20% da população com maiores recursos com os rendimentos dos 20% da população com menos recursos recuou 0,6 pontos percentuais para 5,1 em 2021.

“Este comportamento pode se explicado pela evolução dos decis da distribuição dos rendimentos: apenas os 30% das pessoas com menores
rendimentos registaram um aumento dos rendimentos monetários líquidos entre 2020 e 2021″, aponta o INE. De notar que, mesmo durante a pandemia, o salário mínimo nacional subiu de modo considerável, enquanto os demais salários têm verificado aumentos menos expressivos.

Quanto às condições habitacionais, também houve uma melhoria, indica o INE, em especial no que à população em risco de pobreza diz respeito. Assim, a taxa de sobrelotação diminuiu 1,4 pontos percentuais, a carga mediana das despesas em habitação caiu 0,3 pontos percentuais para 10,2% e a taxa de sobrecarga das despesas em habitação recuou 0,9 pontos para 5,0% da população.

Ainda assim, cresceu a percentagem de pessoas que viviam em agregados sem capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida: esse indicador atingiu 17,5% em 2022, mais 1,2 pontos percentuais do que no anterior.

Atualizada às 12h02

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