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Carla Castro: “Não aceitamos que nos digam quem deve ser o presidente”

Deputada e candidata à liderança da Iniciativa Liberal agradeceu aos seus adversários e prometeu a Cotrim Figueiredo que os seus sucessos “nunca serão apagados”, mas depois partiu para o ataque. A sua missão, garante, é “unir dentro e vencer fora, para que um dia todos os portugueses possam dizer de peito feito: sim, eu era liberal e não sabia”.
22 Janeiro 2023, 11h07

Carla Castro, candidata a suceder a João Cotrim Figueiredo na liderança da Iniciativa Liberal, protagonizou o discurso mais ovacionado entre os três candidatos no primeiro dia da VII Convenção Nacional, no Centro de Congressos, em Lisboa. No púlpito, a deputada defendeu um partido “sem barões e sem caciques” e um partido com “uma irreverência própria de quem não se acomoda”.

Antes de partir para o ataque mais duro, Carla Castro agradeceu a José Cardoso a “iniciativa” (“espero contar contigo na linha da frente”), a Rui Rocha “pela forma como estamos e vamos estar a enfrentar socialistas na AR”, mas também deixou uma garantia a João Cotrim Figueiredo: “garanto-te, os teus sucessos nunca vão ser apagados da IL.”

Mas a partir de agora, “abre-se um novo ciclo”, afirmou. “Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas liberais. Precisamos de dar o salto, de amadurecer”, prosseguiu, atirando logo de seguida outra farpa: “Ficou hoje também provado que a transparência funciona e faz falta aos liberais”. A mesma ideia deixou refletida ao afirmar que “a planta precisa de mudar de vaso” e que “para arrumar o país, precisamos de nos arrumar cá dentro”.

Para o partido, Carla Castro quer órgãos com “uma transparência implacável”. “Têm de ser à prova de bala, fortes e independentes”, defendeu. Ganhar o país vem a seguir, continuou, mas “desengane-se quem pensa que a tarefa é fácil”, alertou, pedindo coerência entre aquilo que se pede para o país e aquilo que se pratica no partido: “Sejamos coerentes, (…) também na IL temos de descentralizar. E descentralizar não é passear pelo país, é dar poder de tomada de decisão”, disse, lançando nova farpa a Rui Rocha.

Refletindo sobre os objetivos eleitorais que o partido tem pela frente, Carla Castro quer “atirar-se já” às autárquicas, para depois “ganhar o país”. “Temos de ganhar representação na Europa, temos de começar já o trabalho de consolidação”, continuou, fazendo também referência às metas estabelecidas para as regionais. “Sobre os Açores, Nuno Barata, o teu trabalho orgulha-nos. Sei que trabalharemos e bem, de mãos dadas, para multiplicar a representação”. Na Madeira, prometeu meter mãos à obra já na próxima segunda-feira.

No discurso, em que os seus apoiantes se fizeram ouvir como ainda não tinha acontecido na convenção, Carla Castro disse ainda que se deve perguntar aos candidatos como planeiam uma vitória nas legislativas. “A quem defende a continuidade, deixo o aviso: o Governo está em decomposição. Caminhar já não basta, temos que dar corda aos sapatos”, alertou.

Com críticas à esquerda, e à direita que “simplesmente espera que poder lhes caia aos pés, mas que mais depressa levará com os pés”, Carla Castro rejeitou o populismo, a inércia e o conformismo. “Somos mais do que oposição, somos alternativa, somos um partido de governo (…) E o sucesso não é uma inevitabilidade, é o resultado do trabalho que temos para fazer. Nunca nos esqueçamos, para acrescentar, nunca se pode dividir.”

A terminar, a deputada sublinhou que não quer uma IL com “paus mandados”, defendendo um partido com “liberdade de escolha”. “Um partido onde não aceitamos que nos digam quem deve ser o presidente.” A sua missão, garantiu, é “unir dentro e vencer fora para que um dia todos os portugueses possam dizer de peito feito: sim, eu era liberal e não sabia”.

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