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2019 – O Funchal é mais cabras e ovelhas na serra a destruir a Natureza

A um governante não pode bastar simpatias e sorrisos, não são essas as características que irão assegurar-nos a sua capacidade e idoneidade para os cargos a que se candidata.
10 Janeiro 2019, 07h15

Antes de mais, honestamente, desejo a quase todos um muito bom e feliz 2019, sendo a excepção, óbvia, ao candidato, plagiador, e amnésico, do PS-M à Quinta Vigia, e respectiva clique, incluindo António Costa, que patrocinou a golpada interna do ano passado. Politicamente, o meu grande desejo é que sejam derrotados nas Regionais, bem como nos outros dois restantes actos eleitorais, sendo certo que, nas Europeias e nas Nacionais, tal se afigure praticamente impossível. Aliás, como já aqui escrevi e repito, não terão o meu voto e por um voto se ganha e se perde e, pelo menos, tenho a honestidade de dizer, preto no branco, o que penso dessa gente…

Ainda sobre os meus desejos de Ano Novo, tal como o Presidente da República espero, de facto, que o bom senso eleitoral prevaleça, que os cidadãos participem, tenham consciência do que está em causa, que não embarquem em populismos e promessas fáceis que, na verdade, sabem que nunca serão cumpridas. Quando votamos, não estamos a fazê-lo apenas no dia em que o fazemos, estamos, sobretudo, a votar para os dias que se seguem, em que as exigências e dificuldades das acções da governação vão muito além dos malabarismos dos palcos dos comícios e das notícias, vão muito além do embrulho brilhante e luzidio com que alguns se apresentam, resplandecentes por fora e ocos por dentro. Em concreto e para ser honesto, refiro-me ao “rapaz de plástico”, uma excelente metáfora de Miguel Albuquerque para definir o que realmente é o presidente, em part-time, da Câmara Municipal do Funchal. E mais uma vez, em concreto e para ser honesto, reforço que da China, o plástico, cuja má qualidade sabemos todos a que é…usa-se uma vez para logo deitar fora porque não presta para mais nada…

A um governante não pode bastar simpatias e sorrisos, não são essas as características que irão assegurar-nos a sua capacidade e idoneidade para os cargos a que se candidata. É preciso que tenha provas dadas, que, no seu percurso político, tenha demonstrado, competência e credibilidade, que fale a verdade e aja de acordo com o que fala e que, na sua boca, as palavras não sejam supérfluas, sibilantes e sinuosas, como o silvo das serpentes.

Além do mais, nas nossas escolhas devem ter em conta as equipas que o acompanham, bem como a exequibilidade do que propõe, é necessário que tenham um programa de governo decente, que as ideias e propostas que defendem sejam articuladas e explicadas, não basta apenas dizer mais isto e mais aquilo, ficando no abstracto, como se tudo fosse acontecer por milagre no dia seguinte às eleições.

Quando ouço o mais isto e mais aquilo, sei que estou a ser enganado e penso logo na Câmara Municipal do Funchal. Fartam-se de dizer que a governação deles é mais tudo, seja o que for, mas uma pessoa acorda, levanta-se, sai à rua e não vê mais, bem pelo contrário, vê é menos, que só apetece é voltar para a cama e continuar a sonhar…

Já muito aqui escrevi sobre as razões evidentes para não confiar no candidato de plástico e, para não voltar a repeti-las todas mais uma vez, fico-me, hoje, por esta: como é que podemos sequer dar qualquer grama de honorabilidade a um indivíduo que apenas por fins eleitorais, se associa ao lóbi do gado e coloca em causa todo o trabalho, sustentando e mais do que estudado, que foi feito nas últimas décadas, tanto pelo Governo Regional, quer pela própria autarquia, nomeadamente no Parque Ecológico do Funchal, cujo Plano de Gestão Florestal não inclui áreas para a pastorícia, na defesa da Natureza, inclusive, para ajudar a prevenir e debelar um dos grandes perigos que sempre, ciclicamente, nos colocaram em risco, as aluviões?!

E não me venham com a ideia de que tal ajudará a debelar os riscos dos incêndios. A mim isso não chega, até porque há outras soluções, como as centrais de biomassa. Aliás, não deixa de ser assaz curioso que essa justificação e toda esta polémica ressurja depois de uma série de anos com grandes incêndios na Região, cujas causas não foram todas de origem natural, continuando a ser verdade que para bom entendedor meia palavra basta…

 

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