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3 Soluções alternativas de financiamento para empresas

Pensa em abrir o seu próprio negócio ou tem uma empresa e precisa de investir? Conheça três opções para impulsionar o seu negócio.
23 Agosto 2018, 06h59

Pensa em abrir o seu próprio negócio ou tem uma empresa e precisa de investir? Saiba que existem soluções alternativas às tradicionais formas de financiamento para empresas. Conheça três opções para impulsionar o seu negócio.

As tradicionais vias de obtenção de financiamento para empresas (ou seja, através de um crédito disponibilizado por bancos e/ou instituições financeiras) podem, desde logo, ser uma opção. Se está à procura de financiamento para empresas, compare primeiro todas as soluções do mercado e faça uma escolha ponderada.

Financiamento para empresas: opções alternativas

As Fintech são empresas financeiras que utilizam novas tecnologias para disponibilizar serviços bancários aos consumidores. Estas vieram revolucionar o mercado português e a prova disso são as startups que oferecem financiamento para empresas de formas alternativas aos tradicionais créditos concedidos por instituições bancárias.

Estas formas de obtenção de empréstimos permitem a pequenas e médias empresas (PME) nacionais conseguirem alcançar maiores níveis de liquidez.

1. Raize

A Raize é uma bolsa de investimento colaborativo para PME. Esta startup atua como um intermediário de financiamento para empresas, fazendo a ligação entre estas e os investidores com capital para investir. Existem três formas de obtenção de crédito na Raize:

  • Adiantamento de faturas;
  • Apoio de tesouraria;
  • e investimentos.

Em primeiro lugar, no que ao adiantamento de faturas diz respeito, esta é uma forma de financiamento para empresas que permite às PME anteciparem o recebimento de faturas dos seus clientes, funcionando essas mesmas faturas como garantia do pagamento do crédito.

No que concerne aos outros dois tipos de financiamento – para apoio de tesouraria e para realização de investimentos -, estes são reembolsados mensalmente, num prazo de pagamento de seis a 60 meses, tendo ainda a possibilidade de se ter um período de carência (a PME só pagará juros num determinado período inicial do empréstimo). Nestes dois tipos de financiamento para empresas da Raize, é necessário que o negócio tenha, no mínimo, dois anos de atividade.

Por último, a Raize disponibiliza ainda um tipo de financiamento designado por “Start”: este destina-se às PME mais jovens (com menos de dois anos de atividade) que apresentem não só uma boa capacidade financeira, como também um potencial de crescimento.

Para obtenção de financiamento para empresas, estas devem registar-se no site da Raize, enviar a documentação necessária e, após uma análise, a PME sabe se ficou aprovada para poder ter o seu lugar na Raize. Este processo de estudo e análise das PME é gratuito e a aprovação é realizada em apenas 48 horas.

Mas, afinal, quais são as vantagens de solicitar financiamento para empresas através da Raize ao invés das tradicionais formas de crédito? Os benefícios são essencialmente três:

  • Isenção no pagamento de comissões por amortização antecipada;
  • Rapidez na obtenção efetiva do valor solicitado;
  • Não existem os habituais custos requeridos pelas instituições financeiras – por exemplo, custos anuais de manutenção de contas bancárias.

José Maria Rego, cofundador da Raize, afirma que em Portugal “existe uma grande discrepância no acesso a financiamento entre empresas pequenas, médias e grandes. E é precisamente esta discrepância que torna o trabalho da Raize e o financiamento dos investidores tão importante.

2. Edebex

A Edebex veio revolucionar a gestão das tesourarias das PME, contribuindo para aumentar os níveis de liquidez financeira. Esta Fintech belga entrou no mercado português através de uma parceria com o banco BNI Europa, permitindo, desde então, às PME vender as suas faturas não liquidadas aos investidores que as queiram comprar.

São apenas necessários seis passos para a concretização deste financiamento para empresas:

  1. A PME coloca a sua fatura à venda no site da Edebex (o valor mínimo são 5 mil euros) e a solvabilidade do devedor dessa fatura é de imediato verificada;
  2. A Edebex verifica, junto do devedor, todas as características da fatura não liquidada;
  3. Um investidor compra a fatura em questão;
  4. A PME recebe o valor correspondente à fatura na sua conta, em média, em 72 horas;
  5. Após a transferência do proprietário da dívida (da PME para o investidor), a Edebex informa o devedor da atual situação;
  6. O devedor da fatura efetua o pagamento da mesma na respetiva data de vencimento.

Esta torna-se uma alternativa de financiamento para empresas mais simples e acessível a startups e outras pequenas e médias empresas comparativamente com os tradicionais produtos financeiros.

Ao conseguirem obter investimento de forma rápida, estes negócios auferirão maior liquidez e, consequentemente, conseguirão realizar uma melhor gestão das suas finanças. Tal como a Raize, a Edebex também não tem quaisquer custos associados, não exigindo cauções nem garantias.

Para além disso, esta Fintech proporciona um constante acompanhamento às PME durante todo o processo de pagamento do valor em dívida por parte do devedor. Assim, em caso de falta de pagamento, a Edebex não devolve a fatura à PME, encarregando-se de uma eventual cobrança.

Xavier Corman, CEO da Edebex, explica que “Uma em cada quatro falências está diretamente ligada a problemas de fluxo de caixa. A Edebex orgulha-se de ter desenvolvido uma solução prática, rápida e flexível no que toca à aceitação de empresas que são recusadas por outras entidades. Esta abordagem tem um impacto macroeconómico no país em que a Edebex opera. Reduzindo o número de falências, a Edebex ajuda ao crescimento económico e ao desenvolvimento de postos de trabalho. Com mais de 150 milhões de euros já financiados, a Edebex é uma solução real e com impacto para várias PME’s na Europa.

3. Seedrs

A Seedrs é a maior plataforma de financiamento coletivo (equity crowdfunding) europeia que permite aos investidores financiar startups. Apenas a partir de 10 euros, qualquer investidor pode dar financiamento para empresas que considera terem potencial de crescimento futuro.

Esta Fintech permite assim às PME alavancarem o seu negócio de forma simples e totalmente online:

  • É necessário efetuar um registo no site e desenvolver uma campanha que será aprovada previamente pela Seedrs;
  • Depois, a PME deve desenvolver um vídeo e um plano de marketing para despertar a atenção dos investidores;
  • A campanha é então lançada online e, após atingir o valor de financiamento desejado, a Seedrs trata de toda a documentação e processos legais necessários;
  • Após a formalização do processo, a PME obtém o montante financiado e poderá rapidamente impulsionar o seu negócio.

A Seedrs está envolvida durante todo o processo, garantindo o máximo acompanhamento antes, durante e após o financiamento para empresas. Só em 2017, as cinco startups que recorreram à Seedrs em Portugal conseguiram um financiamento conjunto de 1,4 milhões de euros.

Ricardo Brízido, CTO da Seedrs, sublinha que “Desde a sua criação que o objetivo da Seedrs passa por proporcionar um serviço de excelência tanto a empreendedores como a investidores. Em cinco anos de existência, superámos a barreira dos 330 milhões de euros investidos em campanhas, ajudámos a financiar mais de 590 negócios, criámos um mercado secundário e, mais recentemente, fizemos a parceria com a Portugal Ventures. O interesse, tanto das empresas como dos investidores, no equity crowdfunding é cada vez maior, o que demonstra que a Seedrs é, cada vez mais, uma fonte alternativa e eficaz no financiamento e investimento na Europa”.

As Fintech vieram impulsionar a economia portuguesa

Sem dúvida que as Fintech vieram alterar o modo de funcionamento de todo o ramo financeiro. “As instituições de crédito já não competem só entre si, mas também entre as Fintech que se desenvolveram como intermediários de crédito e que permitem a pequenas e médias empresas ter não só mais capital, mas também maior facilidade de gestão financeira”, afirma Sérgio Pereira, diretor-geral do ComparaJá.pt.

Assim, “as Fintech possibilitam mais e maior fluxo de dinheiro entre empresas, financiando as que mais dificuldades têm em adquirir crédito junto dos bancos, o que consequentemente impulsiona a nossa economia e o crescimento do país”, conclui Sérgio Pereira.

No entanto, para montantes mais avultados de financiamento para empresas, faz sentido que estas PME recorram aos tradicionais métodos de obtenção de crédito: através das instituições financeiras. Como tal, sugerimos não só que compare todo o mercado, como olhe para as taxas de juro e para o custo total do crédito a pagar.

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