Seja no desenho ou na transição da rede, seja para incluir novas funcionalidades ou mais empregabilidade, o desejo comum é que todos estes processos ocorram de forma rápida, confiável e eficiente. A verdade é que todas estas questões se baseiam em localização e, é por isso, que podemos facilmente defender que a letra G de 5G significa Geografia. Os SIG (Sistemas de Informação Geográfica) são assim indispensáveis para desbloquear o poder das novas redes wireless.
As vantagens da rede de 5ª geração são conhecidas: velocidades impressionantes, baixa latência, capacidade gigante e confiabilidade. Tudo isto com o objectivo de oferecer aos utilizadores novos serviços e, principalmente, uma experiência inesquecível. Mas a nova rede também tem limitações, especialmente quando falamos na implementação de uma rede nacional.
A maior problemática reside nas frequências mais altas do 5G. Como têm um alcance mais curto do que as ondas de menor frequência são mais afetadas por edifícios, árvores e chuva. Para ultrapassar esta questão, é necessário colocar mais antenas (e de uma forma mais estratégica) para se obter uma cobertura semelhante àquela que é atualmente proporcionada com as redes 3G e 4G. Mas, não é possível fazer isto de um dia para o outro. É necessário que se crie uma situação de transição com redes sem fio híbridas, que utilizem frequências mais baixas e mais altas.
Localização, localização, localização
A melhor forma de configurar esse processo – ou seja, conseguir a melhor cobertura com o menor custo possível – é utilizar dados de localização atualizados e relevantes. É necessário juntar várias camadas geográficas de dados para visualizar e analisar, num mesmo mapa, as tendências no comportamento do utilizador, locais de instalação de rede, de hardware e dados demográficos, entre outros. Assim, as áreas de planeamento e a engenharia podem, através de mapas 2D e 3D, fornecer uma análise precisa da cobertura para pequenas células.
O mapeamento de redes e as análises espaciais permitem também prever vários cenários que identificam diferentes áreas para a colocação de novos pontos de acesso 5G. É por isto que a inteligência da localização é crucial: permite integrar numa só plataforma dados de diferentes fontes, o que leva a análises mais perspicazes e tomadas de decisão mais eficientes e conscientes.
5G versus fibra ótica
Atualmente, tudo parece ser wireless e o 5G amplia essa realidade. Mas para cumprir com todas as promessas do wireless é necessária mais fibra na rede de transporte. Além disso, as operadoras de telecomunicações também precisam de aumentar a sua rede para responder à procura pelo 5G. A automatização, o planeamento e o desenho das redes tornam possível que estas sejam otimizadas, evitando assim a sobreposição de linhas.
Um exemplo disto mesmo é a iniciativa One Fiber da Verizon, que, através de um único projecto, consegue decidir se constrói fibra para serviços corporativos B2B ou se lança pequenas células, projetadas e instaladas estrategicamente. Desta forma, é possível aumentar a eficiência e fornecer uma visão sobre a operação, impedindo que as diferentes equipas e clientes dentro da empresa trabalhem em projectos independentes.
Os SIG são também indispensáveis para mapear todos os recursos de rede, fibra óptica, sem fio, coaxial e cobre. A combinação entre gestão de projetos, pesquisa em ambiente de desktop, desenho e construção, tendo por base a localização e o status do projecto num mapa, permite enormes ganhos de eficiência. Para além disso, as ferramentas de análise espacial garantem que a construção das redes de fibra óptica fica dentro do tempo e orçamento planeados.
Serviços baseados em localização
O 5G reforça o conceito de IoT (Internet of Things) e os serviços baseados em localização. Broadband, baixa latência e alta capacidade tornam isso possível. Os dispositivos tornam-se inteligentes e interagem entre si através de um ponto comum: a sua localização. Uma pergunta padrão na interação entre dispositivos é: onde estou em relação aos outros? Os serviços baseados em localização são enriquecidos ou concebidos como novos produtos e serviços. Com o 5G, é possível começar a utilizá-los e, assim, assumir a liderança em serviços com reconhecimento de localização.
Uma transição suave para uma rede 5G completa significa primeiro a passagem para uma rede híbrida, com toda a complexidade de planeamento, implementação e gestão que isso exige. Os SIG levam a localização e os serviços baseados em IoT para o próximo nível, com dados inteligentes de localização. A informação geográfica é indispensável em todas as etapas da implementação de uma rede 5G.
O G em 5G significa Geração, mas podia igualmente significar Geografia.
A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.