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70% dos municípios com valor mediano do rendimento líquido acima da referência do país

Dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados esta quinta-feira revelam que Grande Lisboa apresenta rendimentos medianos mais elevados, mas também lidera a tabela da desigualdade na distribuição desses rendimentos.
25 Julho 2024, 17h33

O valor mediano do rendimento líquido por pessoa foi 10 679 euros, em 2022, em Portugal, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira, 25 de julho.

A Grande Lisboa, com 12 366 euros, a Península de Setúbal, com 11 741 euros, e a Região de Coimbra, com 10 881 euros apresentam os rendimentos medianos mais elevados, superiores à referência nacional. Na lista das sub-regiões acima da média figuram também: Leiria (10 859 €), Alentejo Central (10 804 €), Região de Aveiro (10 789 €) e as regiões autónomas dos Açores (10 776 €) e da Madeira (10 763 €).

Em contrapartida, as sub-regiões do Alto Tâmega e Barroso (8 859 €) e do Tâmega e Sousa (9 195 €) registam os rendimentos medianos mais baixos, inferiores a 9 500 euros por pessoa.

De acordo com os dados do INE, 70 municípios (mais um do que em 2021) estão acima da média nacional. Figuram neste grupo os nove municípios da Grande Lisboa e os nove da Península de Setúbal, destacando-se Oeiras (15 190 €), Lisboa (13 809 €), Alcochete (12 874 €) e Cascais (12 843 €).

Outros 16 municípios do Centro, 11 do Oeste e Vale do Tejo, nove do Alentejo, sete do Norte, cinco da Região Autónoma dos Açores, três da Região Autónoma da Madeira e Faro no Algarve, superam igualmente a média do país.

Segundo os dados do INE, a Lezíria do Tejo foi a sub-região com menor amplitude do valor mediano do rendimento líquido por pessoa entre municípios (1 197 €): o menor valor foi registado na Chamusca e em Coruche (9 870 € em ambos) e o maior em Benavente (11 067 €). Em contrapartida, a Grande Lisboa registou a maior disparidade de rendimento entre municípios (3 990 €). Nos extremos, Amadora, com o menor valor, 11 200 euros e Oeiras, com o maior, 15 190 euros.

Em 2022, os 20% de sujeitos passivos com rendimentos líquidos mais baixos registaram valores até 6 486 euros, o que corresponde a cerca de 61% do valor mediano, situado nos 10 679 euros e a 36% do valor do rendimento do percentil 80: 17 942 euros.

As estatísticas revelam ainda que, em 2022, o coeficiente de Gini do rendimento líquido por pessoa era de 35,7% em Portugal, evidenciando uma redução na desigualdade da distribuição do rendimento em relação a 2021 (36,1%).

A Grande Lisboa (38,5%), as regiões autónomas dos Açores (37,2%) e da Madeira (36,2%), o Alto Tâmega e Barroso (36,2%) e a Área Metropolitana do Porto (35,7%) apresentaram coeficientes de Gini iguais ou superiores ao valor nacional, sugerindo uma maior desigualdade na distribuição do rendimento. Por outro lado, o Alentejo Central (30,7%) apresentou o menor nível de concentração do rendimento entre as 26 sub-regiões NUTS III do país.

De acordo com os dados do INE, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo, em 2022, foi 10 679 euros em Portugal. No total do país, 70 municípios apresentam valores medianos do rendimento superiores à referência nacional.

 

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