O Chega criticou esta segunda-feira a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), dizendo que esta “ataca o bolso da classe média”. Sem revelar o sentido de voto do partido ao OE2021, o deputado único e líder do Chega, André Ventura, lamentou que o Executivo socialista tenha esquecido alguns dos setores mais afetados pela crise na proposta orçamental e tenha deixado “via aberta” à corrupção.
“Este orçamento ataca o bolso da classe média e não ajuda os trabalhadores mensalmente em nada”, afirmou André Ventura, em conferência de imprensa, a propósito da proposta do Governo para o OE2021, que foi entregue esta segunda-feira na Assembleia da República e horas depois de o Governo ter apresentado publicamente a sua proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.
André Ventura que não quis anunciar o sentido de voto do partido, remetendo-o para depois de uma “análise mais aprofundada” do documento e de uma reunião da direção do Chega.
O Chega criticou ainda a “encenação” dos partidos à esquerda do Partido Socialista (PS), nas negociações do OE2021. “O que temos assistido nos dois parceiros do PS é uma tentativa de saltar da cadeira quando veem que o barco vai ao fundo e todos já perceberam que o barco do PS, seja este ano seja no próximo, vai ao fundo”, disse referindo-se à ausência de garantias do Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista (PCP).
O deputado acrescentou que, “a menos que haja uma deriva do PSD”, a responsabilidade de evitar uma crise política é dos seus ex-parceiros de ‘geringonça’.
A proposta do Governo prevê uma recessão de 8,5% este ano e um crescimento da economia de 5,4% para 2021. O Governo estima ainda que a economia volte a crescer 3,4% em 2022, “ano em que se alcança um nível de PIB [Produto Interno Bruto] equivalente ao registado no período pré-crise pandémica”. Quanto ao rácio da dívida pública, o Executivo antevê uma melhoria em 2021, passando a representar 130,9% do PIB, depois de atingir os 134,8% em 2020.
Em termos macroeconómicos, o Governo projeta ainda um rácio de défice orçamental de 7,3% do PIB este ano, seguido de uma queda para um saldo negativo de 4,3% no próximo ano. Já o desemprego deverá subir este ano até uma taxa de 8,7%, descendo em 2021 para os 8,2%.
A votação na generalidade da proposta de OE2021 está agendada para dia 28 de outubro e a votação final global está prevista para 26 de novembro.
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