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A batalha de streaming entre a novata Disney+ e a líder de mercado Netflix

Com uma oferta de streaming cada vez maior, a Disney+ e a Apple TV+ chegam ao mercado no outono. O futuro destas plataformas podem vir a passar por assinaturas conjuntas.
20 Abril 2019, 14h44

A oferta de plataformas de streaming vai crescer no outono com a chegada dos serviços Disney+ e Apple TV+. A concorrer contra estes dois novatos estão a Netflix, Amazon e HBO, considerados os maiores jogadores do mundo.

Em fins de março, Tim Cook deixou-se rodear por Hollywood para apresentar a nova aposta da marca. Ainda que não tenham divulgado o preço, a marca da maçã antecipou-se ao anúncio da Disney. No entanto, a empresa criada por Walt Disney revelou mais detalhes da sua plataforma: chega dia 12 de novembro aos Estados Unidos e em 2020 à Europa, terá um custo mensal de sete dólares (6,22 euros) e um catálogo extenso, com filmes da Marvel, Star Wars, Pixar, clássicos da Disney, e alguns conteúdos da Fox, como a família amarela Simpsons. A empresa que recentemente anunciou a compra da Fox, já veio afirmar o lançamento de 25 séries e 10 filmes originais no primeiro ano.

De acordo com o jornal espanhol ‘Expansión’, estas novas plataformas estão a afetar a forma como os consumidores vêm televisão. A MoffettNathanson estima que mais de dez milhões de habitações no Estados Unidos cancelaram a subscrição por cabo e optaram por operadores televisivos pagos desde 2010.

Com metade do preço do pacote com mais subscritores dos Estados Unidos, a Disney conta com uma larga base de assinantes para financiar as produções originais, sendo que já prometeu mil milhões de dólares (890 milhões de euros) em conteúdo exclusivo ainda para este ano. Esta também foi a estratégia que a Netflix seguiu, embora em janeiro tenha anunciado um aumento de preço no seu pacote mais popular nos Estados Unidos.

Desde que a plataforma foi lançada em 2007, a empresa tem vindo a aumentar o preço dos serviços para aumentar as receitas. O plano básico de 2010 subiu 13 dólares (11,56 euros), representando um aumento de 62%, enquanto a assinatura premium teve um aumento de 33%, para 16 dólares (14,22 euros), tendo sido lançada em abril de 2013.

O primeiro aumento ocorreu em 2014, quando contava com 57 milhões de subscritores e em 2019 já conta com 149 milhões. De acordo com o jornal espanhol, o grupo Disney estima que só irá atingir 90 milhões de assinaturas em setembro de 2024, sendo que analistas da Berstein garantem que em 2020, a empresa verá valores negativos na ordem de 2,5 milhões de dólares (2,22 milhões de euros).

Enquanto o serviço não chega ao mercado, a Disney perde lucros de 150 milhões de dólares (133 milhões de euros), uma vez que interrompe a venda dos seus conteúdos à Netflix, como as séries da Marvel, ‘Demolidor’ e ‘Jessica Jones’. O fim deste contrato entre as duas empresas é uma das razões pela qual a líder de streaming acelerou a produção original.

Com o anúncio da chegada da Disney+, a Netflix também começou a perder. Com a divulgação das datas da plataforma do rato Mickey, no dia 11 de abril, as ações da líder de mercado caíram 5% para 349,36 dólares (310,16 euros) por cada unidade. Esta quebra teve um impacto no mercado, fazendo-o cair até 152,5 mil milhões de dólares (135,39 mil milhões de euros).

As ações da Disney, por sua vez, atingiram um novo recorde. O anúncio levou a que a empresa de Walt Disney adicionasse 25 mil milhões de dólares (22,19 mil milhões de euros) ao seu valor de mercado, totalizando-o em 235 mil milhões de dólares (208,63 mil milhões de euros).

 

 

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