Estudo recente patrocinado pelo Deutsche Bank e pela EFB – European Family Businesses dá-nos uma perspectiva Europeia actual quer da relevância das empresas familiares, quer das suas preocupações.

Pela sua actualidade e fiabilidade, deve merecer a nossa atenção.

De facto, e respigando os dados mais relevantes, refere-se:

▪ Na União Europeia há mais de 14 milhões de empresas familiares;

▪ Os empregos criados, cerca de sessenta milhões, representam sensivelmente 50% dos empregos existentes no sector privado;

▪ 50% do Produto Interno Bruto europeu é gerado por empresas familiares.

Esta é, de facto, uma realidade muito impressiva e que merece uma crescente atenção do sector público e dos responsáveis políticos.

Ainda segundo o estudo a que nos reportamos, as empresas familiares europeias não reivindicam nenhum tratamento especial que qualquer empresa não entenda também como relevante.

Destacam-se as seguintes preocupações:

▪ Ambiente empresarial e de negócios fiável e estável;

▪ Menos burocracia e maior simplicidade na relação com a administração;

▪ Entendimento, por parte dos bancos, das especificidades das empresas familiares e da especial valorização das relações de confiança;

▪ Uma taxa fiscal sobre as sucessões que seja igualmente vantajosa em todos os países da Europa e não apenas em alguns.

Como se vê, preocupações que são comuns à generalidade das empresas. Sendo que as contrapartidas que as empresas familiares dão à sociedade se fundam essencialmente no seguinte:

▪ Uma cultura e uma estratégia de longo prazo, centrada na confiança e na independência;

▪ Maior resiliência em períodos de crise;

▪ Desenvolvimento do espírito empreendedor e do risco, a par de uma transmissão das empresas para as gerações seguintes;

▪ Atitude de manutenção de activos e de reinvestimento.

Nesta Europa em que queremos viver, com empresas e trabalhadores que se respeitam, com regras claras de gestão e de relacionamento, e com um Estado forte que saiba qual é o seu papel, talvez seja chegado o momento de os poderes públicos chamarem as empresas familiares a uma maior participação e comprometimento com o modelo político e económico-social em que queremos viver.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.