Depois de gastar mais de 250 milhões de dólares (cerca de 218,5 milhões de euros) a ajudar a campanha presidencial de Donald Trump, Elon Musk, autoproclamado ‘primeiro amigo’ do presidente norte-americano, já não está com tão boas relações com Trump. Nos últimos dias a relação dos dois azedou de vez.
O empresário deixou o cargo na equipa de Trump, isto é, a liderança do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) ao fim de apenas 130 dias. O bilionário radical prometera cortar as despesas federais, tendo planeado a eliminação de milhões de empregos, contratos e quase tudo o que mexesse… obviamente a bem da nação.
Os cortes, como era previsível, ficaram muito aquém do prometido. Um fracasso. A motos serra do argentino Milei falhou na versão norte-americana. Mas voltemos um pouco atrás na fita do tempo. No final de maio, o dono da Tesla, SpaceX e do X já anunciara que estava de saída da administração Trump, embora as relações ainda fossem amistosas, o que lhe deu direito a uma simpática despedida na Sala Oval e até a uma chave de ouro como recordação sentimental.
Entretanto, o tempo foi passando e começaram a circular notícias de que o empresário tinha consumido drogas durante a campanha eleitoral. Este par ticular passatempo não pareceu incomodar Trump que, em jeito de elogio, considerou que ia “ser difícil substituí-lo”. Segundo o “New York Times,” Musk transportava sem pre com ele uma caixa de medica mentos, além de outras substâncias, tais como ketamina, ecstasy e até cogumelos psicadélicos.
A despedida semi-apoteótica de Musk foi de certa forma surpreendente, já que aconteceu um dia depois de o empresário ter critica do o projeto de lei tributária de Trump, considerando-o prejudicial ao trabalho feito pelo DOGE.
As críticas ao orçamento da administração Trump continuaram e intensificaram-se nos dias seguintes. Chamou ao documento “uma abominação repugnante”, além de outras pérolas. De certa forma, Musk tinha razão.
Segundo os supervisores fiscais, a conta apresentada por Trump acrescentará 2,4 biliões de dólares à dívida dos Esta dos Unidos até 2034, um verdadeiro pavor que assustou as agências de rating (baixaram a notação do país) e está a preocupar os mercados. Os ataques de Musk ao projeto continuaram a ser partilhados na rede social X e culminaram com um apelo aos norte-americanos para pedirem aos representantes em Washington para “acabarem com o projeto de lei”.
Para Musk, o projeto aumentara o défice e vai sobrecarregar os norte-americanos com uma dívida “esmagadora”. Além das críticas, o empresário lançou uma sondagem questionando se “está na altura de criar um novo partido político nos Estados Unidos que represente realmente os 80% do meio?”.
Donald Trump, após vários sorrisos amarelos, não aguentou mais e acabou por dizer que já não sabia se os dois iriam continuar a ter uma boa relação, sublinhando que Musk estava a par da proposta orçamental e que “não tinha nenhum problema com ela”, mas quando descobriu que a administração ia “cortar os incentivos aos veículos elétricos”, mudou subitamente de opinião. E assim está a Casa Branca: um presidente incontinente, o empreendedor alucinado e um país de boca aberta.
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