A inteligência artificial (IA) já deixou de ser um exercício de ficção científica – está aqui agora e veio para ficar. As tecnologias inovadoras estão a revolucionar os negócios como os conhecemos e estão mais acessíveis do que nunca. Contudo, para aproveitar verdadeiramente o potencial transformador da IA, é necessário saber como e quando usá-la.

Uma das recomendações é para que as empresas olhem para a IA através das lentes do potencial para o negócio, e não das tecnologias em si. Ou seja, questionarem-se sobre como poder usar a IA para potenciar e alavancar os negócios.

Em termos gerais, a IA pode desenvolver três necessidades empresariais importantes: automatizar processos, obter insights e conhecimento acionável através da análise de dados e melhorar a interação entre clientes e colaboradores.

Um estudo da Harvard Business Review, intitulado “Artificial Intelligence for the Real World” analisa os benefícios da IA para os negócios em três áreas.

  • Automação de processos: Este é o “use case” mais comum em que a IA é aplicada a atividades administrativas, de recursos humanos e financeiras de backoffice utilizando tecnologia robótica de automação de processos. O RPA (Robotic Process Automation) é mais avançado do que as ferramentas anteriores de automação de processos de negócio, porque estes “robôs” agem como um ser humano, inserindo e consumindo informações de vários sistemas de TI. Pode ser útil em todo o processo de validação de documentos oriundos de várias fontes na organização, por exemplo.
  • Aumento do conhecimento acionável: Através de IA é possível utilizar algoritmos para detetar padrões em grandes volumes de dados e interpretar o seu significado. Estas aplicações estão a ser usados para prever o que um determinado cliente provavelmente comprará (next best-action); identificar fraudes em tempo real; automatizar a segmentação personalizada de anúncios digitais; e modelos robustos de previsão de vendas e de supply chain mais eficientes.
  • Interação cognitiva: São projetos que envolvem colaboradores e tem sido utilizada em áreas de apoio ao cliente, marketing, ecommerce. Alguns exemplos são chatbots que fazem atendimento ao cliente e respondem a uma variedade de problemas, desde solicitações de senhas até perguntas de suporte técnico — tudo na linguagem natural do cliente; no eCommerce e marketing digital existe o uso de sistemas de recomendação de produtos e serviços que aumentam a personalização, o envolvimento e as vendas, normalmente incluindo linguagem ou imagens sofisticadas. Já existem programas que criam e enviam newsletters de forma completamente automatizada para os clientes com base nos últimos produtos que o cliente visitou na loja online. Tal aumenta a conversão, diminui custos e aumenta a margem do negócio.

Em suma, neste momento a IA está a somar cada vez mais casos de empresas que a utilizam nestes contextos de automação de processos, aumento do conhecimento da organização acionável e da interação cognitiva.

Ao nível sistémico, a IA traduz-se em vantagem competitiva, pois estes benefícios permitem colocar a empresa num patamar concorrencial superior e a sua incorporação ao serviço do negócio traz ganhos reais ao nível da produtividade e rentabilidade do negócio, sendo obviamente vital respeitar questões éticas e de regulação que começam a ganhar cada vez mais forma e que são indispensáveis para uma utilização mais consciente da IA. Pois a IA já é bem real, mas… “não vale tudo”.