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A medalha de pechisbeque – tenham lá um poucochinho de vergonha

Agora e por mais justificações que procurem dar, o que o PS-M não pode é fazer o que fez, aprovar, na Comissão Permanente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, a atribuição pelo Governo Regional da Medalha de Mérito, a mais elevada e cobiçada distinção autonómica, a Alberto João Jardim, ainda para mais quando o fazem por mero tacitismo político, a ver, porventura, se com esta vil aquiescência, reveladora de total ausência de coluna vertebral, conseguem capitalizar votos jardinistas em 2019, tal e qual estão os social-democratas a fazer, mas têm esse direito porque o ex-presidente do Governo Regional é do seu partido.
15 Maio 2018, 07h15

O PSD-M pode muito bem propor e atribuir as medalhas que quiser até porque prebendas e comendas é o que mais há por aí, umas melhores, outras piores, estas merecidas, aquelas ofensivas. É lá com eles. Por mais que o desejo de reconhecimento seja universal, sobretudo quando feito na terra em que nascemos, vivemos e trabalhamos, a verdade é que, no fim do dia, tudo passa e se vai, tudo se apaga e paga e tudo é pechisbeque, tudo é efémero e continua muito verdadeiro o que Garret cunhou: foge cão que te querem fazer barão!, Para onde se me fazem visconde?!

Agora e por mais justificações que procurem dar, o que o PS-M não pode é fazer o que fez, aprovar, na Comissão Permanente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, a atribuição pelo Governo Regional da Medalha de Mérito, a mais elevada e cobiçada distinção autonómica, a Alberto João Jardim, ainda para mais quando o fazem por mero tacitismo político, a ver, porventura, se com esta vil aquiescência, reveladora de total ausência de coluna vertebral, conseguem capitalizar votos jardinistas em 2019, tal e qual estão os social-democratas a fazer, mas têm esse direito porque o ex-presidente do Governo Regional é do seu partido.

Preto no branco, poderia usar muitas palavras para classificar o comportamento da nova direcção do PS-Madeira e do Grupo Parlamentar, bem como do plagiador e mentiroso candidato ao Governo Regional (sim!!!, o tal que plagiou num artigo de opinião e que só pensava no Funchal e queria patrocinar um livro do ex-presidente do Governo Regional).

Na verdade, podia e devia usar uma lista delas na verdade e nenhuma abonatória. Mas vou reduzir o que penso destes golpistas palacianos (ainda as internas do PS-M de Janeiro deste ano e do modo sujo como tudo foi feito pelo outro lado) a uma única palavra, mesmo que alguns deles tenham de consultar o dicionário para realmente a perceberem: apóstatas! É o que são. Nem mais nem menos e com isto está tudo dito e não preciso de muito aprofundar as razões do que escrevo, mas convém não esquecer o escândalo que estes situacionistas sem alma, gente sem quaisquer escrúpulos, disseram, nas redes e nos órgãos do PS-M, quando o anterior secretário-geral e líder parlamentar, Jaime Leandro, tentou defender a autonomia e dignidade do PS-Madeira na hora em que António Costa se juntou ao almoço com o JPP, isto para não falar de um famoso voto de protesto na ALRAM…

Parecia, então, que o mundo tinha acabado ou estava prestes a acabar, relembrando Albarran, «o drama, a tragédia, o horror», o apocalipse, em suma. Exigiram mil demissões, inclusive do presidente do partido, Carlos Pereira, e mais outras mil satisfações.

Independentemente de em plenário – não estavam à espera que fosse preciso uma votação com todos os deputados presentes –  virem a mudar de posição para uma, de mal ao menos,  ambígua abstenção, o que aconteceu constitui uma violação sem preservativo da memória e património político do PS-M.  É, sem qualquer dúvida, uma ofensa a todos os militantes e simpatizantes que sempre procuraram e se pautaram pelo mais elementar respeito pelas regras democráticas, pela educação, por uma outra visão autonómica. Ou já se esqueceram dos sistemáticos insultos e permanente desrespeito com que tantos socialistas foram apodados por Alberto João Jardim durante décadas?! Ou já se esqueceram da dívida oculta, do PAEF, dos sacrifícios onerosos que madeirenses e porto-santenses tiveram e continuam a ter que fazer justamente por causa do desvario jardinista?! Tristemente parece que sim.

Contudo, como nem toda a gente perdeu a memória, como nem toda a gente tem a alma à venda, porque por mais que se diga que sim nem tudo se compra nem tudo se vende e nem tudo se faz neste mundo, não se esqueçam aquando da votação, desta vez em plenário e com todos os deputados presentes, daquela vez em que por decisão de Alberto João Jardim, o presidente da República nem pode receber os partidos da oposição no parlamento regional e tiveram que ir para um quarto de hotel. Tenham alguma vergonha, não muita, basta um poucochinho de vergonha e lembrem-se disso e também se lembrem quem foi o responsável pelo 25 de Abril não se ter celebrado, durante anos e anos na ALRAM ,quando se armarem em “abrileiros” na Sessão Solene da Revolução dos Cravos, na Câmara Municipal do Funchal.

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