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“A perceção do mundo fora da Península Ibérica é de que estamos a falar de um mercado único”

A espanhola Pérez-Llorca começou a operar diretamente em Portugal há um ano. Em entrevista, o managing partner da sociedade de advogados diz que os objetivos iniciais foram conseguidos, e que a ambição é continuar a crescer de forma orgânica. Defende a vantagem competitiva de ser uma organização multinacional e que a tendência é para a afirmação das grandes sociedades ibéricas.
20 Dezembro 2024, 10h00

Estão há um ano no mercado português. Os objetivos foram cumpridos?
Os objetivos para o primeiro ano eram vários e todos bem desafiadores. Primeiro, decidimos fazer o projeto em Portugal de forma greenfield [de raiz], significa verdadeiramente fazer tudo do zero, com tudo o que tem de bom e o que tem de mau. Para nós, as coisas boas eram muito mais do que as coisas menos boas, a começar por quando se começa com uma folha de papel em branco as limitações são menores, a responsabilidade é maior, mas é a possibilidade de fazermos alguma coisa que achamos que é diferente ou que de facto tem valor. O segundo objetivo era o de montar uma equipa de excelência. Tínhamos a perfeita noção da dificuldade de um escritório internacional, neste caso um escritório espanhol, vir montar um escritório em Portugal, um mercado ainda que pequeno e com as suas limitações de escala, mas sofisticado, onde diria que reina uma abundância de escritórios bons e altamente qualificados. Começar do zero e ter de competir com incumbentes nunca é fácil. Para nós existia uma premissa: isto é uma maratona, não uma corrida de 100 metros, e nós deveríamos estar a olhar para uma geração que nos dê pelo menos ainda 15/20 anos de, como nós dizemos, full speed. Estávamos à procura de pessoas que tivessem experiência internacional – que tenham trabalhado em outras geografias ou que tenham trabalhado em estruturas internacionais já existentes em Portugal.

Porquê?
Sendo um escritório internacional e tendo tanta coisa para fazer, queríamos que os sócios do projeto de Lisboa não tivessem uma curva de aprendizagem muito longa, e isso, obviamente, seria facilitado se tivéssemos pessoas que já tivessem tido experiências importantes em termos de longevidade noutras estruturas internacionais. Então, basta entrar no nosso site e olhar para o perfil dos sócios e perceber de onde é que vieram e quantos anos passaram por essas casas. Isso para nós era muito importante, porque garantia logo desde o início que teríamos sócios que sabem navegar em estruturas internacionais, sabem o que isso implica; teríamos sócios com experiências prévias importantes a servir o mesmo tipo de clientes que servem na Pérez-Llorca e, portanto, com os mesmos códigos de comunicação e de linguagem de sofisticação do tipo de clientes para quem trabalhamos.

A coisa mais importante no nosso negócio é a gestão do capital humano; este é um negócio de capital humano intensivo e esse era talvez o objetivo mais importante para o primeiro ano de operação era atrair o tipo de talento de que precisávamos para criar valor para o negócio dos nossos clientes. Eu acho que esse objetivo foi alcançado de uma forma muito bem-sucedida. Somos verdadeiramente uns sortudos por termos tido a capacidade de atrair este colégio de 11 sócios que temos ao final de 12 meses.

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