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“A Sorte e o Homem”

Ocorreram desafios e pressões, como as várias idades do gelo, que ajudaram a sua sobrevivência ao longo dos tempos, para além da ausência total de verdadeiros cataclismos. Daí podermos dizer que temos muita sorte de estarmos onde estamos.
3 Janeiro 2018, 07h15

O milagre e o homem andam de mãos dadas segundo muitos investigadores das várias ciências do conhecimento humano e natural. Tudo teve a sua génese no universo e posteriormente no sistema solar, fruto de muitos fatores compreensíveis e outros por explicar ou por mero acaso.

Os vários elementos naturais juntaram-se em circunstâncias ocasionais mas ideais e excecionais de modo a ser possível o aparecimento de vida no planeta Terra. Mais uma vez, acertamos com o planeta ideal. Segundo peritos em Geofísica, o nosso planeta tem caraterísticas únicas no universo: tem um interior com magma em fusão que permite movimento por baixo de nós; para além de tudo o mais, o nosso interior dinâmico criou as fugas de gases que ajudaram a construir a atmosfera e nos forneceram o campo magnético que nos protege das radiações cósmicas; também nos proporcionou placas tectónicas que renovam e enrugam a superfície; temos também os elementos certos nas proporções corretas.

Outro fator fundamental mas muitas vezes esquecido ou desprezado é a presença constante do nosso satélite natural, a Lua. A sólida influência gravitacional deste nosso satélite faz com que a Terra rode sobre si própria à velocidade e no ângulo certo para fornecer o tipo de estabilidade necessária a um desenvolvimento duradouro e eficaz da vida. É de destacar a sua importância para o clima e para o estado atmosférico do tempo.

O nosso destino marcou uma distância certa do tipo certo de estrela, ou seja, grande e suficiente para irradiar grandes quantidades de energia, mas não tão grande que se esgote rapidamente. Também tivemos sorte com a órbita em que estamos. Se estivéssemos demasiado perto, tudo na Terra evaporava. Se estivéssemos mais longe, ficaria tudo congelado.

Se tivermos em conta a evolução humana dos últimos milhões de anos, poderemos dizer que foi favorável à preservação do homem moderno. Ocorreram desafios e pressões, como as várias idades do gelo, que ajudaram a sua sobrevivência ao longo dos tempos, para além da ausência total de verdadeiros cataclismos. Daí podermos dizer que temos muita sorte de estarmos onde estamos.

Como conclusão poderei dizer que temos sido muito afortunados enquanto ser vivo neste Mundo. Maior é a nossa responsabilidade enquanto ser humano devido às caraterísticas específicas e capacidades de intervenção nos ecossistemas. Nós chegamos a esta posição num período espantosamente curto comparativamente à idade do Universo e da Terra. Temos de saber viver em harmonia com a Mãe Natureza. Só assim poderemos garantir a nossa sobrevivência nos próximos milhões de anos e não dependermos, quase sempre, do fator sorte aliada à nossa resiliência como ser vivo.

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