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A vida na polémica e sobrelotada Rua do Benformoso

A calçada é estreita para as várias comunidades que ali vivem. Há negócios que geram emprego e pequenos empresários com as contas em dia. Mas nesta rua com 400 metros e ladeada por pequenos edifícios há quem se aproveite da sobrelotação habitacional: um colchão num quarto minúsculo e dividido por vários imigrantes pode custar 300 euros mensais.
Benformoso
10 Janeiro 2025, 13h00

Mohammad Faruk nasceu em Daca, capital do Bangladesh, mas foi em Portugal que se tornou um pequeno empresário: tem dois restaurantes na Rua do Benformoso, uma drogaria, emprega 17 pessoas e paga 15 mil euros mensais em impostos. É casado, tem três filhos inscritos num colégio privado e gosta de passar férias no Algarve e em Espanha. Também viaja para visitar familiares e amigos no Reino Unido, França e fazer a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita. “Cheguei a Portugal em 1999. Os meus pais e um irmão emprestaram-me quatro mil dólares para as despesas da viagem e aluguer de quarto. Comecei a trabalhar na construção civil e, mais tarde, como vendedor ambulante. Em 2009 abri o meu primeiro restaurante, o Bangla”, conta Faruk, de 50 anos, ao JE.

Na multicultural Rua do Benformoso, que liga o Martim Moniz ao Largo do Intendente, há mercearias, talhos, barbearias, lojas de telemóveis e muitos restaurantes. Entre as portas das lojas encontram-se vendedores de rua com cestos recheados de uma folha seca para mascar – um quilo custa 50 euros. Perto da hora de almoço, o cheiro intenso a caril e açafrão toma conta da rua. Mohammad Faruk vai cumprimentando quem por ali passa nos estreitos passeios: imigrantes do Bangladesh, Índia ou Paquistão. “Também conheço muitos portugueses que moram nesta zona ou frequentam os meus restaurantes”, diz.

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