[weglot_switcher]

Abanca com lucros de 158,4 milhões de euros no primeiro trimestre

Com a aquisição do EuroBic, o Abanca eleva o seu volume de negócios acima dos 124 mil milhões de euros, segundo o comunicado da instituição financeira.
29 Abril 2024, 09h57

O espanhol Abanca registou, no primeiro trimestre de 2024, um lucro atribuído de 158,4 milhões de euros, o que compara com 105 milhões de euros no trimestre homólogo de 2023. Este resultado, que pressupõe um ROTE (rentabilidade dos capitais próprio tangíveis) de 13,2%, está, segundo o banco, “suportada fundamentalmente pelo dinamismo do negócio de retalho e por um sólido perfil financeiro”.

A margem financeira cresceu 49,2% em termos homólogos para 376,6 milhões de euros, enquanto as “receitas de base” aumentaram 36,7% para 449,4 milhões de euros, tudo impulsionado principalmente pela atividade de retalho.

As receitas foram essenciais para “compensar os custos decorrentes da inclusão do Targobank no perímetro de consolidação e o esforço adicional desenvolvido para melhorar a remuneração do pessoal, dinamizar a atividade (novos projetos, campanha nacional de marketing, etc.) e melhorar o serviço aos clientes”.

O rácio de eficiência fixou-se em 48,0%, valor que representa uma melhoria de 3,0 pontos percentuais no último ano.

Na atividade seguradora, os prémios de seguros gerais e de vida aumentaram 10,1% em termos homólogos para 473,3 milhões de euros.

Os prémios de seguros de vida cresceram 53%, os prémios de seguros de saúde 20%, os prémios de seguros de empresas 14% e os prémios de seguros de risco de vida 11%. As receitas provenientes da prestação de serviços associados a estes produtos registaram um aumento de 13,0%.

No que toca à qualidade da carteira de crédito, o custo do risco manteve-se controlado, em 0,28%, com um rácio de morosidade de 2,5%, e uma cobertura para esses ativos de 71,3%.

“O Abanca reafirmou a sua posição como um dos melhores bancos do sistema em termos de qualidade e cobertura de ativos, com um rácio de Texas de 24,5%”, sendo de 63,5% na cobertura de ativos executados e de 71,3% na cobertura de NPL.

“O crédito malparado manteve-se contido nos 2,5%, claramente abaixo da média do sistema (2,9%)”, acrescenta.

Com a aquisição do EuroBic, anunciada em novembro de 2023, o Abanca eleva o seu volume de negócios acima dos 124 mil milhões de euros, segundo o comunicado da instituição financeira. A aquisição do banco em Portugal aguarda ainda a luz verde do supervisor bancário.

Assim, sobre o balanço, o Abanca refere que mantinha, no final do primeiro trimestre do ano, uma carteira de crédito em situação normal avaliada em 44.554 milhões de euros, após crescer 0,9% em termos homólogos.

“Destaca-se o aumento de 7,0% nos empréstimos concedidos e de 4,6% nos empréstimos ao setor privado”, lê-se na nota.

Os principais destinatários dos financiamentos concedidos pelo banco continuam a ser as empresas e as famílias, que, com 43% e 41%, respetivamente, representam 84% do total detalha o Abanca.

Do outro lado do balanço, os recursos de clientes geridos aumentaram 9,7% em termos homólogos, para os 68.110 milhões de euros, sendo especialmente relevante a subida de 5.889 milhões de euros em depósitos a prazo e produtos fora do balanço.

A estrutura dos recursos dos clientes é representada por 78% em depósitos à ordem e a prazo e 22% em fundos fora do balanço.

Os depósitos de particulares aumentaram 8,8% para 53.390 milhões de euros, o que representa subidas de quota de mercado de 21 pontos base em Espanha e de 14 pontos base em Portugal.

Em termos de depósitos, 94% são de particulares e empresas, com um elevado grau de  granularidade, sendo que 72% dos depósitos são inferiores a 100 mil euros.

“O Abanca demonstrou no início do ano um desempenho comercial muito positivo, o que levou à captação de 30.000 novos clientes. Deste número, 61% dos novos clientes são de áreas geográficas em expansão, com destaque para Portugal, que registou um crescimento de 38%”, anuncia o banco liderado por Francisco Botas.

“Este ritmo de captação de novos clientes foi acompanhado por um nível elevado de satisfação, sendo que o rácio de crédito líquido para estes clientes foi de 65 pontos”, acrescenta.

O banco aumentou a sua quota de mercado em Espanha em 21 pontos base, tanto em termos de empréstimos como de depósitos de particulares. Em Portugal, os aumentos foram de 14 pontos base, tanto no caso dos empréstimos como dos depósitos.

No que respeita à atividade fora do balanço, o banco manteve “um ritmo intenso de crescimento dos ativos sob gestão”. Os fundos fora do balanço aumentaram 13,0% em termos homólogos para 14.720 milhões de euros.

O Abanca registou um aumento das subscrições líquidas de fundos de investimento de 56,2% em comparação com o primeiro trimestre de 2023, contra uma descida de 23,9% no conjunto do sistema. O volume gerido em fundos de investimento ultrapassou os 8.000 milhões de euros, com uma variação homóloga de 11,6%, enquanto a gestão discricionária de carteiras ascendeu a mais de 1.500 milhões de euros, depois de ter crescido 25,0% nos últimos doze meses.

As receitas de prestação de serviços associadas a estes produtos cresceram 5,0%, revela o Abanca.

Outro dos principais marcos do trimestre foi o lançamento do B100, um novo banco digital centrado na saúde pessoal, na saúde do planeta e na saúde financeira. “O B100 opera já no segmento de mercado com produtos próprios, diferenciadores e inovadores, tais como contas normais e de poupança e cartões de débito”, revela o Abanca.

Em termos de sustentabilidade, após anunciar nas últimas semanas a obtenção do rating de sustentabilidade de categoria A, por parte da agência MSCI, a que se junta às classificações que já tinha de Sustainalytics e da Moody´s Analytics, “o Abanca é classificado pelas três agências mais relevantes do mercado em temáticas de ESG, com pontuações em níveis bastante destacados dentro do setor financeiro”.

 

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.