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Abanca obtém lucros recorde de 1.203 milhões de euros com ajuda do EuroBic

Os lucros recorde foram alcançados no ano em que o banco liderado por Juan Carlos Escotet Rodríguez concluiu a compra do EuroBic e comparam com os 711,3 milhões de euros obtidos no ano anterior.
Juan Carlos Escotet Rodríguez, presidente do Abanca
28 Janeiro 2025, 10h12

O Abanca obteve lucros recorde de 1.203 milhões de euros em 2024, ano em que concluiu a compra do EuroBic. Excluindo este efeito, os resultados seriam de 853,3 milhões de euros. É um crescimento significativo em comparação com os 711,3 milhões de euros alcançados no ano anterior, com a rentabilidade recorrente a fixar-se nos 16,5%.

“O Abanca consolidou, em 2024, um desempenho diferenciado em relação ao setor. É o banco com maior crescimento de margem base, reflexo das receitas recorrentes, o que permite ter uma das rentabilidades mais elevadas do setor”, indica o banco num comunicado divulgado esta terça-feira. Com a incorporação do banco no grupo, o volume de negócios sob gestão do banco alcançou os 128.443 milhões de euros.

A margem financeira registou um crescimento de 32,9% em termos anuais, enquanto as comissões cresceram 12,3%. Isto num período em que captou 135 mil novos clientes em Portugal e Espanha. Só em território nacional, atraiu 22.179 novos clientes.

O banco indica ainda que a “concessão de crédito continua a ser uma prioridade para a atividade do banco: as novas formalizações de crédito aumentaram tanto em Espanha (6,6%), como em Portugal (multiplicando por 2,5). O Abanca aumentou a sua quota de mercado nos dois países: 14 pontos base em Espanha e 237 pontos base em Portugal”. A carteira de crédito situou-se nos 49.354 milhões de euros.

“Apesar dos seus sólidos níveis de solvência e morosidade, o Abanca mantém uma política de prudência no que diz respeito à gestão de riscos. O custo do risco mantém-se controlado em 0,27%, com o rácio de morosidade em 2,6% e uma taxa de cobertura em 77,9%”, refere o banco.

Por outro lado, a instituição financeira registou um aumento de 17% na captação de recursos de clientes, situando-se nos 79.089 milhões de euros. Os depósitos no retalho aumentaram 17,2% e fixaram-se nos 62.773 milhões de euros. Deste montante total, 93% dos depósitos do Abanca correspondem a famílias e empresas, sendo 69% dos depósitos têm um montante inferior a 100 mil euros.

Os montantes fora do balanço cresceram 16,4% face a dezembro de 2023, até 16.316 milhões de euros. Os prémios de seguros gerais e de vida aumentaram 15,6% no ano, até 567 milhões de euros. Os prémios dos seguros de vida aumentaram 103%, os de saúde cresceram 43% e os prémios dos seguros de habitação subiram 17% e os das empresas 16%.

“Apesar das aquisições, o banco apresenta um rácio de capital CET1 de qualidade superior de 12,8%, próximo do seu nível de referência de 13%”, refere ainda, acrescentando que o “rácio de capital total foi de 17,1%, com uma almofada de 458 pontos base sobre os requisitos regulamentares, equivalente a 1.770 milhões de euros. O banco cumpre o requisito MREL fixado para 2024 com uma almofada de 77 pontos base”.

Abanca afasta novas compras em 2025

O presidente do Abanca, Juan Carlos Escotet Rodríguez, confirmou, durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados que a integração do EuroBic deve ficar fechada este ano. “O processo de integração está em curso e terminará no final deste ano”, disse aos jornalistas.

O presidente, mas também Francisco Botas Ratera, CEO do grupo, fizeram também questão de frisar que esta “é uma operação complementar” naquele que é um mercado estratégico para o banco. Portugal representa, atualmente, 15% do negócio do Abanca.

Sobre a possibilidade de vir a comprar outra instituição financeira, numa altura em que estará para breve a venda do Novobanco, Juan Carlos Escotet Rodríguez disse não “prever em 2025 nenhuma integração adicional ao EuroBic”.

Notícia atualizada às 11:13

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