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Abanca prevê concluir absorção do Eurobic em 2025 e não desvenda se tem interesse no Novobanco

“A aprovação do regulador para a compra do Eurobic deverá ocorrer em meados do ano e a integração tecnológica no grupo em 2025”, segundo o ‘chairman’ e fundador do Abanca, Juan Carlos Escotet, na conferência de apresentação de resultados de 2023.
6 Fevereiro 2024, 07h30

O Abanca espera ter luz verde do regulador da banca à compra do Eurobic em meados do ano e, por isso, só prevê concluir a integração do banco português em 2025.

“A aprovação do regulador para a compra do Eurobic deverá ocorrer em meados do ano e a integração tecnológica no grupo em 2025”, segundo o chairman e fundador do Abanca, Juan Carlos Escotet, na conferência de apresentação de resultados de 2023.

“Estamos num processo de aquisição importante, terminaremos a integração tecnológica do Targobank em meados de junho”, disse o presidente do Abanca, dizendo que “aguarda a aprovação dos reguladores à compra do Eurobic” na mesma altura. O BCE tem de dar autorização à aquisição do Eurobic e será considerado o parecer do Banco de Portugal à operação.

Na semana passada, iniciou-se o prazo para a análise da aquisição por parte da Autoridade da Concorrência.

Esta aquisição do EuroBic vai permitir ao Abanca tornar-se o sétimo maior banco em Portugal, segundo revelou o presidente do conselho de administração e fundador do grupo bancário espanhol. Mas o grande salto para a primeira liga só será atingido se comprar o Novobanco, o quarto maior banco a atuar no mercado nacional, e com quem  já tem um histórico negocial uma vez que comprou ao banco que nasceu das cinzas do BES a sucursal em Espanha – o Novobanco Espanha.

“Depois de concluída a aquisição do EuroBic, o Abanca eleva o seu volume de negócios acima dos 124 mil milhões de euros”, disse Juan Carlos Escotet na conferência de imprensa de divulgação de lucros de 711,3 milhões de euros em 2023, onde apresentou os números proforma já assumindo a integração do Eurobic.

O sétimo maior banco em Espanha – e será também o sétimo maior em Portugal – ainda não escolheu o futuro CEO do Eurobic, segundo Juan Carlos Escotet, que também não comenta o eventual interesse na compra Novobanco, e chamando até “especulação” às noticias que dão conta da venda do banco da Lone Star este ano.

O grupo bancário espanhol Abanca, que em Portugal comprou operações do Deutsche Bank e, mais recentemente, o EuroBic, garante que é “especulação” falar-se na venda do Novobanco. No entanto a previsão de vender em bolsa este ano o Novobanco tem disso assumida pelo CEO, Mark Bourke, que ao mesmo tempo afirma que, com o excesso de capital acumulado, pode ir às compras e adquirir um banco pequeno, segundo declarações suas recentes ao “Negócios”.

A escolha do board do EuroBic, hoje liderado por José Azevedo Pereira, ainda tem um longo caminho a percorrer. No entanto Pedro Pimenta tem sido o responsável da operação do Abanca em Portugal.

“Estamos na fase de planificação, organização, e contaremos com o melhor talento”, respondeu Francisco Botas, CEO do Abanca, na conferência de imprensa.

Os lucros de 2023 são 228% superiores aos 217 milhões de euros registados em 2022, o que é explicado pela subida da receita de margem financeira (juros), mesmo excluindo o contributo extraordinário positivo. Este deveu-se à última aquisição feita antes do Eurobic (a compra do espanhol Targobank ao francês Crédit Mutuel), que superou os 150 milhões de euros.

O banco galego tem sido dos mais ativos no crescimento por aquisições, penalizando até o rácio de eficiência que segue sendo dos piores da banca espanhola. O CEO Francisco Botas destacou  a melhoria de 14,9 pontos percentuais no rácio de eficiência (cost-to-income) para 52,4%. Ainda assim pior que o sector em Espanha. O que o Juan Carlos Escotet justifica com a política de aquisições levada a cabo nos últimos anos.

Em 2018, o Abanca comprou a operação em Espanha da Caixa Geral de Depósitos (o Banco Caixa Geral) e em 2021 compra a sucursal do Novobanco em Espanha. No fim de 2023 chegou a acordo para comprar o EuroBic.

Apesar de ter ambição de crescer por aquisições, o Abanca não tem no horizonte a cotação em bolsa. “Não há nenhum incentivo para ir para o mercado”, garantiu Juan Carlos Escotet, empresário venezuelano que é o principal acionista com 43,5% do capital diretamente e com 41,25% através da sua sociedade familiar. Escotet realçou que os bancos continuam cotados abaixo do valor contabilístico.

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