As competências digitais vão ter de ser reforçadas, por causa da aceleração de processos provocada pela pandemia de Covid-19, com reflexos na educação, no mercado de trabalho, mas também na relação dos cidadãos com as instituições, concordam as oradoras na conferência sobre Tecnologia no Feminino, promovida pelo Jornal Económico (JE), com o apoio da Huawei.
A conferência sobre Tecnologia no Feminino foi transmitida na quinta-feira, 9 de setembro, através da plataforma multimédia JE TV e das contas do JE nas principais redes sociais, e contou com a participação de Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade; de Vanda de Jesus, diretora Executiva da Portugal Digital; de Inês Lucas, diretora de IT da REN – Redes Energéticas Nacionais; e de Beatriz Durão, junior Energy Service Engineer da Huawei Portugal.
Vanda de Jesus, diretora Executiva da Portugal Digital, estima que a reação à pandemia tenha feita avançar os processos de digitalização em Portugal em oito anos, visível através da concretização do teletrabalho ou de projetos de comércio eletrónico, o que gera necessidades ao nível dos recursos humanos para o sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), mas também o reforço generalizado de competências.
“Em pouco tempo, há uma série de temas que vão deixar de o ser, porque todo e qualquer emprego vai ser todo tecnológico”, afirma Inês Lucas. “Todos vamos ter de ser tecnológicos, todos temos de ter literacia digital”, sublinhou.
Mais do que isso, Vanda de Jesus reforça que as competências digitais passaram a ser necessárias para o exercício da cidadania, para a relação com as instituições, o que constitui uma oportunidade, mas também coloca desafios.
“As pessoas, em geral, percebem que têm de procurar competências digitais mínimas para poder ter uma interação cívica. Não é para ter empregabilidade, é para poder interagir com os serviços, com as empresas e com a família”, afirmou. “Todos vamos ter de ter uma identidade digital; cada um tem de usar o seu cartão de cidadão ou a sua chave móvel digital”, acrescentou.
Rosa Monteiro aponta que os processos de digitalização, pela generalização e pela rapidez, implicam formação e adaptação, constituindo desafios que não estão isentos de risco. “Estamos num contexto em que também há riscos, que existem também no mundo digital das tecnologias”, disse Rosa Monteiro, apontando as questões relacionadas com a cibersegurança, “na perspetiva das organizações e na perspetiva da capacidade das pessoas, que têm de ter literacia digital para não serem vítimas”, mas também questões como a da violência e “da maior exposição e vulnerabilidade de grupos mais vulneráveis”.
“As questões da violência no namoro e da violência online são muito preocupantes e nós temos de encontrar em conjunto de mecanismos para prevenir e para evitar estes”, sublinhou.
Esta generalização, faz, também, com que a tecnologia se humanize, retirando-a de um mundo fechado de especialistas para o espaço mais público.
“A tecnologia é um facilitador”, defendeu Inês Lucas. “Trabalho, socialização, relacionamento, pensamento crítico, colaboração, análise, essas são as competências que nos tornam mais humanos, que nos distinguem das máquinas”, e isso será o ponto central na formação, porque a literacia digital tem de ser transversal.
“Isso torna a tecnologia super-humana”, diz Vanda de Jesus. “As profissões vão ser todas tecnológicas, portanto, grande parte destes temas vão, naturalmente, acabar por se dissipar um pouco, porque as pessoas vão ter que trabalhar com tecnologia e a tecnologia vai deixar de estar na discussão”, acrescentou.
A conferência sobre Tecnologia no Feminino foi transmitida através da plataforma multimédia JE TV e das contas do Jornal Económico nas principais redes sociais. Continua disponível em www.jornaleconomico.pt.
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