O número de acidentes de trabalho cresceu mais de 6%, mas menos casos tiveram como consequência a morte do trabalhador, mostram os dados divulgados esta semana pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, que se referem a 2021. Em média, foram perdidos 37 dias de trabalho por acidente não mortal.
“Em 2021, estamos perante um aumento da sinistralidade laboral, comprovado no crescimento dos casos (6,4%). No entanto, houve um decréscimo da gravidade dos mesmos espelhado na descida dos acidentes com consequência mortal e da média dos dias de trabalho perdidos por acidente de trabalho”, sublinha o GEP.
Em termos absolutos, em 2021, houve 166.028 acidentes de trabalho em Portugal, dos quais 93 mortais. Em comparação, no ano anterior, tinha havido 156.048 casos, dos quais 131 resultaram na morte do trabalhador.
Quanto aos dias de trabalho perdidos, no total, em 2021 foram contabilizados 4.453.815 dias, já que, dos tais 166 mil acidentes de trabalho, cerca de 120 mil levaram à interrupção do exercício das funções. Ora, em 2020, tinham sido perdidos 4.389.303 dias relativos a 114 mil acidentes de trabalho.
Contas feitas, em 2021 foram perdidos, em média, 37 dias de trabalho por acidente, média inferior aos 38,4 verificados no ano anterior, o que sinaliza que os casos em questão foram menos graves, daí terem levado a uma interrupção menos longa das funções, nota o GEP.
Já no que diz respeito à atividade económica, 25,2% do total dos acidentes de trabalho ocorreram na indústria transformadora e 39,8% dos acidentes mortais ocorreram na construção, mostram ainda os dados.
“Face à população exposta ao risco, o sector onde a sinistralidade teve maior impacto foi o construção. Tanto no total de acidentes, com 8.884,5 acidentes por cada 100 000 trabalhadores, como nos acidentes com consequência mortal com 12,1 acidentes por 100.000 trabalhadores”, detalha o GEP.
E quanto à dimensão da empresa, os dados mostram que quer no total de acidentes quer nos acidentes com consequência mortal as empresas com 1 a 49 trabalhadores destacaram-se, representando 49,2% dos primeiros e 74,4% dos segundos. Importa lembrar, porém, que as empresas mais pequenas estão em maioria significativa no tecido empresarial português, o que pode contribuir para esses pesos.
“Para os sinistrados para os quais se conhece a idade à data do acidente, 49,8% tinham entre os 35 e os 54 anos, sendo o escalão mais afetado o do 45 aos 54 anos. Em relação aos acidentes com consequência mortal 60,2% tinham entre 45 e 64 anos, sendo o escalão mais afetado o do 55 aos 64 anos”, descreve ainda o GEP.
Por fim, quanto às lesões que mais dias de ausência provocaram, são as amputações que estão realçadas.
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