A Apple regista atualmente um aumento significativo nas suas ações, que alcançam os 226 dólares por título.
A empresa destaca-se entre as “Sete Magníficas” do setor, sendo a única que não enfrenta perdas após o recente anúncio da startup chinesa DeepSeek, que se posiciona na vanguarda da tecnologia.
Este avanço pode beneficiar a Apple, uma vez que a DeepSeek está a desenvolver chips mais económicos, o que poderá facilitar a produção de software generativo e reduzir custos de produção.
Apesar de, até ao ano passado, a Apple ter investido cerca de 20 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) em inteligência artificial, a sua posição em relação a esta tecnologia não era tão forte como a de concorrentes como a Nvidia, que viu as suas ações descerem 11% devido à sua elevada dependência da IA; a Microsoft, que está associada à OpenAI e registou uma queda de 3%; e a Alphabet, dona do Google e do Gemini, que também diminuiu 3% no valor das suas ações.
A descida nos preços dos chips poderá permitir à Apple otimizar as suas linhas de fornecimento, possibilitando uma redução nos custos dos seus produtos, como o iPhone e o iMac.
A notícia surge após as informações que começaram a circular, na manhã desta segunda-feira, de que as ações do setor tecnológico global estão a cair perante o desenvolvimento de uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA) pela China que ameaça os EUA.
O modelo chinês de aplicação de inteligência artificial generativa (IA) DeepSeek R-1 subiu esta madrugada ao topo da tabela de ‘downloads’ gratuitos da App Store, tanto na China como nos EUA, ultrapassando o popular ChatGPT, criando receios sobre a sustentabilidade do domínio tecnológico ocidental. Esta ameaça acabou por agitar os mercados financeiros, com a Oracle a cair 8% e a Nvidia a ceder 10%.
A ASML, empresa dos Países Baixos que fabrica máquinas para a produção de chips de alto desempenho que alimentam desde veículos elétricos a equipamentos militares e que tem beneficiado da maior aposta em IA, chegou a recuar 9,4% na sessão desta segunda-feira, a maior descida desde meados de outubro.
O modelo DeepSeek-R1, lançado a 20 de janeiro e criado pela DeepSeek, é comparável ao modelo o1 da OpenAI, o criador do ChatGPT, na resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem natural, distinguindo-se pela eficiência e baixo custo.
Nos EUA, o índice de futuros Nasdaq 100, com uma forte presença de empresas tecnológicas, caiu 3% com os rumores de que o mais recente modelo de IA da DeepSeek é rentável ao funcionar com chips menos avançados. “O DeepSeek mostra que é possível desenvolver modelos de IA poderosos a custos mais baixos”, disse Vey-Sern Ling, do Union Bancaire Privee, à Bloomberg, notando que “isto pode potencialmente inviabilizar o investimento em toda a cadeia de abastecimento de IA”, acrescentou.
Segundo a empresa, o modelo foi treinado ao longo de 55 dias, com um orçamento de 5,57 milhões de dólares (5,33 milhões de euros), utilizando um conjunto de 2.048 unidades de processadores gráficos H800 do fabricante norte-americano de semicondutores Nvidia, uma versão de baixa capacidade concebida para o mercado chinês, face às restrições impostas pelos EUA sobre as exportações de alta tecnologia para a China.
Este custo representa menos de um décimo da despesa de formação do modelo 4o da OpenAI, segundo a imprensa chinesa.
O lançamento do DeepSeek-R1 aconteceu na mesma semana em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o projeto “Stargate”, que visa investir até 500 mil milhões de dólares nos próximos quatro anos para construir 20 novos centros de dados para apoiar projetos de IA.
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