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Ações da Evergrande tombam mais de 20% e são suspensas em bolsa

Tribunal de Hong Kong decide liquidação da empresa chinesa do sector imobiliário, que gerou uma queda nos títulos.
29 Janeiro 2024, 12h37

As ações da China Evergrande foram suspensas em bolsa depois de tombarem mais de 20% no início das negociações desta segunda-feira, na sequência da decisão de liquidação da empresa por parte da Justiça de Hong Kong.

A Evergrande estava a afundar 20,87% para 0,16 dólares de Hong Kong ao início da madrugada, antes de ser bloqueada a negociação dos títulos da gigante chinesa do imobiliário.

A juíza Linda Chan, do Tribunal Superior de Hong Kong, ordenou a liquidação da empresa, que acumula dívidas de quase 330 mil milhões de dólares (aproximadamente 304 mil milhões de euros) e não conseguiu chegar a acordo com os credores para reestruturar o passivo emitido no estrangeiro.

Quando a Evergrande entrou em incumprimento, há cerca de dois anos, provocou ondas de choque nos mercados financeiros globais. Agora, esta ordem judicial de liquidação é também suscetível de ter impacto no sistema financeiro da China,

Segundo o diretor executivo da Evergrande, Shawn Siu, a decisão é “lamentável”, mas disse que a empresa continuará a operar na China continental. “A empresa não se envolveu connosco. Tem havido um historial de compromissos de última hora que não levaram a lado nenhum”, comentou, por sua vez, o advogado Fergus Saurin, que representa um dos credores.

Para o analista Tommy Wu, do Commerzbank, estas notícias de arranque da semana não são uma surpresa, dado que os credores internacionais não conseguiram chegar a acordo sobre as condições de reestruturação oferecidas pela promotora imobiliária no último ano. No entanto, o especialista do banco espanhol considera que este caso está longe de terminar, de acordo com o comentário divulgado pelo “El Economista”.

“De acordo com a ordem de liquidação, os liquidatários provisórios passarão a assumir a gestão da empresa e a cuidar dos seus negócios, incluindo a negociação da dívida reestruturação. Dito isto, como Hong Kong é uma jurisdição diferente da China continental, a ordem judicial enfrentará desafios interjurisdicionais, já que a maioria dos ativos do promotor está localizada na China continental”, refere Tommy Wu.

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