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Ações da firma de banqueiro chinês desaparecido Bao Fan caem 72% após suspensão

Na sexta-feira passada, o China Renaissance anunciou que cumpriu finalmente os requisitos para retomar as transações, o que implicou sobretudo a publicação de várias contas de resultados desde 2022, bloqueadas pelo desaparecimento de Bao.
Stringer/Reuters
9 Setembro 2024, 09h01

As ações do banco de investimento China Renaissance, gerido pelo banqueiro chinês Bao Fan, desaparecido em fevereiro de 2023, caíram hoje 71,66%, na abertura da sessão, após uma suspensão de um ano e cinco meses.

Às 11:00 (04:00 em Lisboa), as ações recuperaram ligeiramente na bolsa de valores de Hong Kong, com a queda a fixar-se em cerca de 61%.

Na sexta-feira passada, o China Renaissance anunciou que cumpriu finalmente os requisitos para retomar as transações, o que implicou sobretudo a publicação de várias contas de resultados desde 2022, bloqueadas pelo desaparecimento de Bao.

Quanto ao paradeiro do fundador, a empresa limitou-se a reiterar que está “indisponível para ser contactado” porque estar “a cooperar” com uma investigação conduzida por “certas autoridades da República Popular da China”.

Os responsáveis pela auditoria às últimas contas da empresa também não pôde contactar Bao ou as autoridades responsáveis pela investigação, cuja natureza não foi divulgada, “devido a obrigações legais de confidencialidade ao abrigo das leis e regulamentos” chineses.

Em 16 de fevereiro de 2023, a empresa comunicou o desaparecimento de Bao e, 10 dias depois, indicou ter tomado conhecimento de que o responsável estava “a cooperar” numa investigação.

Esta declaração confirmou a informação avançada por alguns órgãos de comunicação, de que a situação de Bao se assemelha às ocorridas em 2015, quando pelo menos cinco executivos de diferentes empresas desapareceram de forma semelhante, incluindo o presidente do conglomerado Fosun Guo Guangchang, que mais tarde disse estar a colaborar com as autoridades numa investigação.

A imprensa chinesa especulou que o acontecimento podia estar ligado a uma investigação das autoridades sobre Cong Lin, antigo presidente do China Renaissance, durante os anos em que foi diretor do maior banco estatal do país, o ICBC.

Bao, conhecido por ser o arquiteto de algumas das maiores fusões de empresas tecnológicas do país, terá tentado transferir parte da fortuna da China e de Hong Kong para Singapura, onde, no final de 2022, tentou criar um fundo para gerir a riqueza, noticiou o jornal Financial Times.

A última notícia sobre o banqueiro foi difundida em fevereiro, quando o China Renaissance informou que Bao se tinha demitido de todos os cargos na empresa por “razões de saúde” e para “dedicar mais tempo aos assuntos da família”.

Nessa declaração, a empresa afirmou “não existirem outros assuntos relacionados com a demissão que devam ser levados ao conhecimento dos acionistas” e expressou “profunda gratidão” do conselho de administração a Bao, anunciando ao mesmo tempo que o cofundador da empresa, Xie Yijing, ia assumir a presidência do conselho de administração.

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