[weglot_switcher]

Ações da Petrobras afundam mais de 13% após queda nos lucros e corte nos dividendos

Lucros afundaram e dividendo vai ser mais baixo. Analistas deixaram de recomendar compra.
8 Março 2024, 16h33

As ações ordinárias da Petrobras estiveram a afundar mais de 13% para 35,74 reais (6,5 euros) na sessão desta sexta-feira na bolsa brasileira Ibovespa, com as preferenciais a perderem quase 13% para 35,24 reais.

A bolsa brasileira Ibovespa registou a sua maior queda desde setembro arrastada pela Petrobras, que pesa 13%.

A companhia registou o seu segundo maior lucro anual em 2023 (124,6 mil milhões de reais, o equivalente a 23 mil milhões de euros), mas isto representa uma queda de 34% face a 2022, o seu melhor ano: mais de 188 mil milhões de reais (34 mil milhões de euros). A penalizar os resultados esteve o recuo no preço do petróleo: o Brent recuou 18%.

A empresa vai propor uma distribuição de dividendos de mais de 72 mil milhões de reais relativamente a 2023 (13,2 mil milhões de euros), mas isto representa um corte de mais de 60% face a 2022, e também anunciou que não vai pagar dividendo extraordinário.

“A aprovação do dividendo é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas”, disse a empresa em comunicado citado pela “G1”.

Em 2023, a petrolífera estatal produziu 2,17 milhões de barris de petróleo, mais 10%. Já a dívida recuou para 62,6 mil milhões de dólares.

Em reação, os analistas do Bank of America e do Banco Santander deixaram de recomendar a compra de ações da Petrobras.

“Acreditamos que a falta de dividendos extraordinários envia sinais confusos em relação à estratégia de alocação de capital de curto prazo, especialmente porque vemos a Petrobras detendo cerca de 18 mil milhões de dólares em dinheiro no final de 2023 (contra uma posição de caixa de referência de aproximadamente US$ 8 bilhões, que assumimos ser suficiente para cobrir planos de Opex/Capex). Isto sugere uma posição de caixa excedente de aproximadamente 10 mil milhões de dólares”, afirmam os analistas Rodrigo Almeida, e Eduardo Muniz do Santander, citados pela brasileira Suno Research.

O banco reduziu as suas expetativas de dividendos para este ano: de 16 mil milhões de dólares para 9,5 mil milhões (8,8% de dividend yield).

Além do corte na recomendação, o Santander também cortou o preço-alvo da ação ordinária de 52 reais (9,5 euros) para 47 reais (8,6 euros).

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.