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Ações da Ryanair caem mais de 17% em dia de resultados dececionantes

Numa companhia com um market cap de 15,36 mil milhões de euros, a desvalorização em bolsa significa um tombo de mais de 2,7 mil milhões de euros num dia. 
23 Julho 2024, 07h30

No dia em que anunciou resultados considerados dececionantes no seu primeiro trimestre (de abril a junho), as ações da Ryanair caíram mais de 17%. Numa companhia com um market cap de 15,36 mil milhões de euros, a desvalorização em bolsa significa um tombo de mais de 2,7 mil milhões de euros num dia. 

Antes da abertura do mercado, a companhia aérea irlandesa liderada por Michael O’Leary anunciou uma queda de 46% nos lucros do trimestre (abril, maio e junho), bem como uma antevisão preocupante para o trimestre seguinte: uma descida maior do que o esperado nas tarifas que vai cobrar nos meses de verão. No fecho da sessão na Euronext Dublin, os titulas da Ryanair caíam 17,15%, para 13,625 euros.

Ainda assim, a companhia de aviação low-cost registou lucros de 360 milhões de euros naquele no primeiro trimestre, cerca de 46% abaixo dos 663 milhões euros obtidos no mesmo período do ano passado.

A justificar este resultado, explicou a Ryanair, estão as tarifas previstas para este verão (que ficarão abaixo do inicialmente estimado) e no facto de o período da Páscoa (que tradicionalmente faz aumentar o tráfego) ter calhado no trimestre anterior. Isto apesar de a companhia ter aumentado em 10% o tráfego de passageiros nos três meses em análise, para 55,5 milhões de passageiros. 

No entanto, para este verão a Ryanair prevê a maior operação de sempre, com 200 novas rotas e cinco novas bases. Ainda assim, o CEO do grupo Ryanair, Michael O’Leary, afirmou em comunicado que as tarifas deverão ser mais baixas do que o estimado nos meses de verão (habitualmente os mais fortes para as companhias).

O’Leary acrescentou que é ainda demasiado prematuro para fazer previsões sobre como vai correr o resto do ano financeiro da companhia. O CEO do Grupo Ryanair estará hoje em Lisboa para apresentar as mais recentes novidades operacionais da companhia aérea low-cost, mas é previsível que enfrente várias perguntas dos jornalistas sobre os mais recentes resultados da empresa.

“Tal como é normal nesta altura do ano, temos uma visibilidade de quase zero para o Q3 (terceiro trimestre) e o Q4 (quarto trimestre), ainda que o Q4 não vá beneficiar do mesmo efeito da Páscoa do ano passado, que foi mais cedo. É muito cedo para avançar linhas de análises do que será o FY25 (o ano de 2025 como um todo), mas te os esperança de que o possamos fazer nos resultados do primeiro semestre, em novembro”, salientou.

A empresa refere também que os custos operacionais cresceram 11%, para 3,26 mil milhões de euros, enquanto as receitas caíram 1%, elevando o volume de negócios total no primeiro trimestre para 3,63 mil milhões de euros.

O diretor-geral da Ryanair, Michael O’Leary, disse, em comunicado, que espera transportar até 200 milhões de passageiros durante o ano fiscal em curso (mais 8%) desde que os atrasos sofridos nos últimos meses na entrega dos aviões encomendados à Boeing “não se agravem”.

A interrupção do fornecimento de aviões pelo construtor norte-americano já obrigou a Ryanair a reduzir o seu programa de voos durante a atual época de verão.

Além da Ryanair, também outros companhias registaram quedas nas bolsas, caso da Easyjet, que caiu 6%, enquanto a Jet2 desceu 4% e a companhia húngara WizzAir deslizou igualmente 6%.

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