O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento relativamente a 2018 foi publicado esta terça-feira, 26 de novembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indica que 17,2% da população estava em risco de pobreza, representando uma diminuição de 0,1 pontos percentuais do que em 2017 e menos 3,2 pontos percentuais que em 2003.
De acordo com o gabinete estatístico, a taxa de risco de pobreza correspondia à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos inferiores a 6.014 euros, algo com 501 euros por mês, significando mais 34 euros do que no ano anterior. Este limiar, ou linha de pobreza relativa, corresponde a 60% da mediana (10.023 euros) da distribuição dos rendimentos monetários líquidos equivalentes.
Por sua vez, verificou-se a redução do risco de pobreza em menores de 18 anos, caindo de 19% para 18,5% em 2018, sendo que também o risco de pobreza na população idosa diminuiu de 17,7% para 17,3%. Contrariamente, a taxa de pobreza para os adultos em idade ativa foi de 16,9%, aumentando 0,2 pontos percentuais em relação a 2017.
“Apesar da redução do risco de pobreza infantil, em 2018, a presença das crianças num agregado familiar continuava a estar associada a um risco de pobreza acrescido, sobretudo no caso dos agregados constituídos por um adulto com pelo menos uma criança dependente (33,9%) e naqueles constituídos por dois adultos com três ou mais crianças dependentes (30,2%)”, sustenta o INE no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento.
Segundo o indicador que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita, o INE revela que “2.215 milhares de pessoas encontram-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2019”, sendo que esta taxa se fixou em 21,6%.
Como se distribuiu o risco de pobreza nas atividades profissionais
Para a população empregada, o risco de pobreza situou-se em 10,8%, um aumento de 1,1 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. Já para a população desempregada, este risco continua a aumentar, embora esta se encontre a diminuir, uma vez que o desemprego se fixou em 6%. Para a população em situação de desemprego, este risco aumentou para 47,5% em 2018, depois de em 2017 se ter verificado em 45,7%.
O risco de pobreza para a população reformada diminuiu para 15,2%, em cerca de 0,5 pontos percentuais, sendo que se fixou em 15,7% no ano anterior. Por sua vez, o risco de pobreza reduziu para os agregados sem crianças dependentes, para 16,2%, mas aumentou para os agregados com crianças dependentes, para 18,3%.
Risco de pobreza continua a ser mais elevado nas regiões autónomas
A Área Metropolitana de Lisboa apresentou, em 2018, uma taxa de risco de pobreza significativamente inferior ao valor nacional, fixando-se em 13,3%, menos 3,9 pontos percentuais que o risco de pobreza nacional, que está situada em 17,2%.
Por sua vez, as regiões autónomas dos Açores e Madeira registaram taxas de risco de pobreza na ordem de 31,8% e 27,8%, valores bastante superiores ao valor nacional. “Em cada região NUTS II, a linha de pobreza regional corresponde à proporção de habitantes nessa região que vivem com rendimentos monetários disponíveis equivalentes inferiores a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários disponíveis equivalentes dessa mesma região”, garante o INE.
“Com exceção da Área Metropolitana de Lisboa, os limiares de pobreza regionais encontram-se abaixo do limiar de pobreza nacional, refletindo as diferentes condições socioeconómicas, nomeadamente, diferentes níveis de custo de vida”, indica o gabinete estatístico português.
Na região Norte, a taxa de pobreza e exclusão social situou-se em 23,2%, acima da média portuguesa, enquanto na região Centro se situa abaixo da média com 20,4%. No Alentejo, a taxa de pobreza e exclusão social fixou-se em 22%, sendo que no Algarve ficou em 23,2%, os dois valores também acima da média de Portugal.
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