Os mercados reagem com inquietação ao adiamento para 30 de novembro da reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados, prevista para este fim-de-semana.
O adiamento coloca pressão nos contratos futuros de petróleo e é, segundo os analistas, a prova do desacordo que grassa no seio da organização e tem potencial para afundar os preços do barril numa altura em que estes voltam outra vez ao caminho da descida.
A falta de acordo ameaça, assim, uma nova guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia semelhante à que ocorreu em 2020 e trouxe o barril de Brent para a casa dos 20 dólares.
Depois de meses a suportar uma grande parte dos cortes na produção, Riade quer agora que outros membros do cartel se comprometam com uma produção mais curta. Para isso terá, no entanto, de convencer os seus parceiros e aliados.
O atual acordo da OPEP+ , que vigora também em 2024, prevê um corte conjunto da oferta na casa dos 3,66 milhões de barris/dia. No entanto, para este ano, a Arábia Saudita decidiu voluntariamente também cortar a sua oferta em mais um milhão de barris por dia e a Rússia anunciou uma diminuição diária extra de 500 mil barris.
A queda do preço do petróleo coincide também com o aumento dos stocks nos Estados Unidos, principal produtor mundial, anunciado no início da semana.
O Brent, que serve de referência para a Europa, Portugal incluído, caiu mais de 15% em relação aos máximos observados no final de setembro, apesar da guerra que eclodiu entretanto entre Israel e o Hamas. Num primeiro momento, os preços até subiram, mas os receio de que a situação geopolítica desencadeie uma nova onda de aumentos parece afastada com os mercados a refletirem a realidade fundamental: há muito petróleo e sem cortes os mercados vão continuar inundados, o que leva alguns analistas a estimar o preço justo do barril na casa dos 50 dólares.
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