O advogado do fundador do site de delação Wikileaks deixou fortes críticas à forma como a justiça portuguesa está a tratar o alegado hacker Rui Pinto, que atualmente se encontra em prisão preventiva.
Juan Branco faz parte da equipa legal que tenta evitar a extradição do fundador do Wikileaks do Reino Unido para os Estados Unidos. Julian Assange encontra-se atualmente preso e aguarda uma decisão da justiça britânica, correndo o risco de passar 175 anos na prisão nos EUA por revelar documentos confidenciais relativos à guerra do Iraque e do Afeganistão através da plataforma Wikileaks.
“É um escândalo estar preso. Ele só revelou documentos verdadeiros que permite compreender melhor um dos sistemas mais corruptos, que é o futebol”, disse o advogado em entrevista ao Jornal Económico esta quarta-feira na Web Summit.
“Podia-se discutir esta questão num processo cível, mas estar em prisão é escandaloso. Não cometeu nenhuma violência, nenhuma pessoa foi atingida na sua dignidade. A partir daí não há nenhuma razão para estar na prisão”, afirmou Juan Branco, advogado sediado em França.
“Os jornalistas falam todos os dias com pessoas como o Rui Pinto, é assim que conseguem revelar segredos, através da coragem de pessoas como ele. Tomou um risco cego, para o público ter a capacidade de compreender coisas. Os jornalistas portugueses deviam sentir uma responsabilidade importante e mobilizar-se para protegerem-se a eles mesmos”, destacou durante a entrevista que decorreu em português, devido ao jurista ter ascendência portuguesa.
Sobre o confisco do diário do alegado hacker na prisão, Juan Branco considera que esta é uma “maneira de intimidar” e deixar Rui Pinto “sem nenhum espaço de liberdade”.
“É vergonhoso para Portugal. Há uma solidariedade internacional por ele e há pessoas no mundo inteiro a pensarem nele”, afirmou.
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