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Aeroporto da Praia ainda “não é rentável”, afirma chairman da ASA

“Estamos a falar de um projeto que tem alguns anos e que vai precisar de muitas adaptações, até termos uma infraestrutura que, em termos operacionais, económicos e financeiros, possa ser um negócio viável”, disse Jorge Benchimol.
22 Fevereiro 2019, 19h33

O presidente do conselho de administração da Empresa de Aeroportos e Segurança Aérea de Cabo Verde (ASA) considera que o aeroporto da Praia tem as infraestruturas necessárias para “potenciar o negócio de aviação civil” no país, mas, neste momento, “não é rentável”, o que “impõe alguns desafios” para a sua gestão.

O Aeroporto Nelson Mandela tem acordado com o presidente da ASA a capacidade para receber 1.100 passageiros e foi projetado para servir o país até 2025. A última remodelação no terminal de passageiros custou cerca de 30 milhões de euros. No entanto, está longe de ser rentável para conseguir amortizar os custos da remodelação, disse Jorge Benchimol.

“Estamos a falar de um projeto que tem alguns anos e que vai precisar de muitas adaptações, até termos uma infraestrutura que, em termos operacionais, económicos e financeiros, possa ser um negócio viável”, disse. Jorge Benchimol falava à imprensa no fim de uma visita que o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, realizou esta quinta-feira ao Aeroporto Internacional da Praia.

O trabalho que terá de ser feito terá como o objetivo transformar o Aeroporto Internacional Nelson Mandela num “negócio rentável e sustentável” disse. Segundo o empresário, foram feitos “investimentos avultados” no terminal, cujos encargos são “elevados em termos de amortização”. O chairman da ASA clarificou que estas contas nada favoráveis do aeroporto da cidade da Praia nada tem a ver com a transferência dos voos da Cabo Verde Airlines para a ilha do Sal, apesar de reconhecer que quando as companhias deixam de voar para um determinado aeroporto tem impacto.

“A redução dos voos da TACV na Praia, e o aumento dos voos desta companhia aérea para o Sal tem impacto positivo dentro da ASA. Saiu da ASA na Praia e entrou na ASA no Sal, no seu todo, o país não perdeu absolutamente nada e a ASA, certamente, não perdeu”, esclareceu aos jornalistas, acrescentando que o que se deve fazer é que cada unidade de negócio consiga a sua própria sustentabivoolidade “e o aeroporto da Praia tem condições para isso”.

Quanta às contas gerais da ASA, Jorge Benchimol, explicou que desde 2017, em que os resultados foram “superiores a dois milhões de contos” os aeroportos de Cabo Verde entraram claramente num rumo de “sustentabilidade quase que garantida”, porque os resultados da exploração das infra-estruturas aeroportuárias começaram a “ser positiva”. “Em 2017, a ASA bateu todos os recordes em termos de resultados e que em 2018, as contas já fechadas apontam para novos resultados recordes”, congratulou-se, sublinhando que estes resultados vêm em grande parte da navegação aérea e da gestão dos aeroportos.

Cabo Verde tem atualmente quatro aeroportos internacionais: nas ilhas de Sal, São Vicente, Boavista e na Cidade da Praia. Os aeroportos do Maio, Fogo e São Nicolau só estão preparados para receber voos domésticos. As ilhas de Santo Antão e Brava não têm aeródromos.

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