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AESE lança laboratório para produzir conhecimento e mobilizar empresas para desafios da longevidade

Humberto Alexandre Martins, diretor do Laboratório da Longevidade da AESE Business School, adianta ao JE que a criação deste núcleo visa ajudar as empresas a encontrar soluções para um dos maiores desafios que enfrentam: a longevidade. “Teremos, pela primeira vez, quatro gerações em simultâneo no mercado de trabalho”, salienta.
13 Novembro 2025, 07h00

A AESE Business School cria o Laboratório da Longevidade, um centro de conhecimento que convoca líderes das empresas e especialistas a refletir sobre os impactos da longevidade nos negócios, produzir conhecimento e mobilizar as empresas para os desafios de uma sociedade em que as pessoas vivem mais tempo.

Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo, estimando-se que 35% da população do país terá 65 anos ou mais em 2050.

Humberto Alexandre Martins lidera a resposta da AESE Business School a um dos maiores desafios das empresas a que iremos assistir nas próximas décadas: o aumento dos anos de vida, com maior disponibilidade de conhecimento, talento e experiência no mercado de trabalho.

Nas suas palavras, o modelo de trabalho do séc. XX de infância/juventude, trabalhador/ reformado ocioso terminou.

“Iremos assistir a uma mudança de paradigma nas carreiras, potenciado pela aceleração e disrupção que verificamos já hoje pela tecnologia, pela geopolítica ou pela sustentabilidade. Os novos modelos de trabalho vão assentar em maior flexibilidade, mas, seguramente, numa necessidade de adaptação permanente sustentada por atualização contínua. Já hoje, os desadaptados não são os que têm 60 anos de idade. São os que têm 40 e que estão em risco de ser ultrapassados por novas gerações e tecnologia em meses, e não numa década”, explica o diretor do Laboratório da Longevidade da AESE ao Jornal Económico. 

A criação do Laboratório, revela, teve como objetivo “encontrar caminhos e formas de impactar o conhecimento e as respostas necessárias para as empresas” e a interação com líderes empresariais e o contacto com especialistas “pretendeu encontrar temas e respostas”.

O projeto foi apresentado no passado dia 3, num encontro que fomentou o debate público sobre o tema, na AESE Business School. Agora, é tempo de passar dos conhecimentos às soluções práticas, tanto para empresas como para os líderes, respondendo a todas estas necessidades.

O tema da Longevidade é, segundo Humberto Alexandre Martins, uma aposta da AESE em três eixos: dotar os executivos de competências para responderem à aceleração, produção de conhecimento para o mercado de trabalho e a partilha de experiências entre líderes empresariais.

2 perguntas a Humberto Alexandre Martins

Quais são as boas práticas que os contextos corporativos devem promover no âmbito desta área?

Este primeiro trabalho do Laboratório da Longevidade identificou já necessidades sobre:

– a importância de antecipar impactos da convivência de várias gerações e sua combinação com desafios transversais. Por exemplo, haverá uma “tempestade perfeita” em que maiores disponibilidades de conhecimento e experiência no mercado de trabalho estão em sentido contrário com a obsolescência de algumas funções pela inteligência artificial?

– a prioridade para formação permanente (reskilling, upskilling) essencial para manter flexibilidade e adaptabilidade necessária a “novas” carreiras profissionais em que senioridade e responsabilidade não são “sinónimos”

– as competências de liderança adaptadas à inclusão e gestão de diferentes experiências, senioridades e modelos de trabalho;

– a pertinência de aprofundar o conhecimento sobre mudanças da demografia e impactos em clientes, fornecedores, parceiros e acionistas, sustentando a necessidade crítica de continuar a gerar novo negócio.

A intergeracionalidade cria mais desafios ou oportunidades para as organizações?

Teremos, pela primeira vez, quatro gerações em simultâneo no mercado de trabalho. Haverá assim mais conhecimento disponível, mais experiências muito diversificadas e um espectro alargado de expectativas a conviver no mesmo ambiente profissional. Surgirão oportunidades, tensões, conflitos e desafios. Mas será também um tempo de inovação e criatividade em que novos modelos de organização poderão representar vantagem competitiva para as empresas. Uma vez mais é responsabilidade das lideranças antecipar as necessidades e já hoje começar a construir as organizações que resistirão e que farão a história do amanhã.


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