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Agricultores cabo-verdianos preveem fraca produção de batata devido à falta de água em Santo Antão

O problema está a afetar alguns vales no concelho de Porto Novo.
6 Janeiro 2020, 12h27

A falta de água para agricultura em alguns vales no concelho cabo-verdiano de Porto Novo, na ilha de Santo Antão, leva os produtores agrícolas a perspetivarem “uma fraca” produção de batata comum, este ano, neste concelho santantonense.

De entre esses vales, estão Martiene e Chã de Norte, dois dos maiores produtores de batata comum neste município, que passam, há vários meses, por uma situação de penúria de água para agricultura.

No caso de Martiene, os agricultores confirmaram à agência noticiosa Inforpress que são já três meses “praticamente” sem água para agricultura nessa localidade, onde a produção de batata comum estima-se em cerca de mil toneladas por ano.

Os 40 agricultores locais dependem, neste momento, apenas de alguma água proveniente de uma nascente, já que os dois sistemas de produção de água, que funcionam com base em energia convencional e solar, estão inoperantes.

Em relação ao sistema em Escravoerinhos, o mais importante instalado nesse vale, a Empresa de Electricidade e Água (Electra) decidiu interromper o fornecimento de energia elétrica, alegando uma dívida dos agricultores de quase 400 contos.

Quanto ao outro sistema existente em Martiene, a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) no Porto Novo explicou que o mesmo está a ser “remodelado”, assim como o de Chã de Norte.

Januário da Cruz, porta-voz dos produtores, avisou que os agricultores correm, agora, “sérios riscos de perder quase tudo”, o que seria “um desastre”, já que está em causa uma cultura que constitui “o principal meio de vida” da população de Martiene.

Já em Chã de Norte, o representante dos lavradores, Ivanildo Dias, informou que a atividade agrícola está “completamente paralisada” nessa zona, onde a produção de batata comum anda à volta dos 200 toneladas de batata comum/ano.

O delegado do MAA, Joel Barros, diz lamentar a situação dos agricultores mas explica que são “intervenções necessárias” para acabar, de vez, com as avarias nesses sistemas de bombagem.

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