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Águas da Serra acusa Presidente da Câmara da Covilhã de submeter “uma proposta de resgate ilegal”

“Os cálculos da Águas da Serra apontam para uma indemnização no valor próximo de 18 milhões de euros e a Águas da Serra não abdicará dos respetivos direitos nem de extrair todas as responsabilidades decorrentes da atuação ilegal do município da Covilhã”, refere a empresa em comunicado.
29 Janeiro 2025, 20h43

A Águas da Serra reagiu em comunicado à decisão de resgate da concessão pela Assembleia Municipal da Covilhã, a ser tomada na próxima sexta-feira, dizendo que é “uma ilegalidade”.

A Assembleia Municipal da Covilhã vai reunir em sessão extraordinária na sexta-feira, dia 31 para debater e deliberar a proposta de resgate da concessão da exploração e gestão do serviço de saneamento em alta do município. Uma proposta aprovada, com os votos contra da oposição, a 18 de outubro, e que envolve, segundo as contas do município, uma contrapartida financeira à Águas da Serra, de cerca de 5 ,9 milhões de euros.

Em comunicado, a empresa, diz que o valor da indeminização que consta da proposta do Município, “não respeita o contrato de concessão”. Segundo os cálculos da empresa, a indeminização será cerca de 18 milhões de euros, e por isso garante que “não abdicará dos respetivos direitos nem de extrair todas as responsabilidades decorrentes da atuação ilegal do Município da Covilhã.”

A empresa diz que a “ERSAR criticou, profundamente, no seu parecer obrigatório emitido em 8 de janeiro de 2025 os cálculos apresentados pelo Município da Covilhã, que afirmou estarem errados, e confirmou, tal como invocado pela Águas da Serra, que os mesmos desrespeitam, em termos significativos, o previsto no contrato de concessão e subavaliam manifestamente o montante da responsabilidade indemnizatória a cargo do Município da Covilhã”.

“A ERSAR já transmitiu ao Município da Covilhã no parecer emitido em 8 de janeiro de 2025, e de forma inequívoca, que as razões invocadas pelo Presidente da Câmara Municipal da Covilhã não permitiam, legalmente, uma decisão de resgate”, acrescenta a empresa.

“O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, porém, optou por desconsiderar a pronúncia da ERSAR e insistir na prática de um ato que é ilegal e profundamente oneroso para o Município da Covilhã”, acusa a Águas da Serra.

“A proposta apresentada a decisão da Assembleia Municipal da Covilhã é também tomada no pressuposto de que a Águas da Serra não esteve disponível para negociar com o Município da Covilhã. Esse pressuposto é errado”, refere a empresa em comunicado.

“Ao contrário do que o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã afirmou publicamente, a Águas da Serra sempre esteve disponível para negociar com o Município da Covilhã e inclusivamente apresentou propostas que permitiam uma otimização e redução da tarifa praticada no sistema de saneamento”, refere a empresa em comunicado.

“Essas propostas foram enviadas ao Presidente da Câmara Municipal da Covilhã e são do conhecimento deste. Simplesmente, o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã nunca respondeu a essas propostas e optou por conduzir um processo de resgate na base de pressupostos que não são verdadeiros, privando os munícipes de uma solução que poderia ser no seu melhor interesse”, aponta a empresa.

“A Águas da Serra nunca recebeu qualquer notificação do município da Covilhã a respeito de uma intenção de resgate antes de outubro de 2024, nem a Câmara deliberou, antes dessa data, sobre qualquer intenção nesse sentido”.

A empresa diz que “promoverá a defesa intransigente dos seus interesses e direitos e pretende extrair todas as consequências legalmente previstas em relação à prática dos atos ilegais que estão em discussão”.

“Isso inclui a efetivação da responsabilidade civil dos titulares dos órgãos autárquicos em questão e o desencadear dos mecanismos legalmente previstos para o exercício da tutela administrativa sobre as autarquias locais em casos de violações de lei particularmente graves, como aqui sucede, e de avaliação da responsabilidade penal pelos atos que têm sido praticados”, anuncia a Águas da Serra.

“Esses mecanismos serão promovidos de imediato, perante a manifesta ilegalidade na atuação que tem sido anunciada pelo Município da Covilhã”, revela a empresa.

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