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AIE prevê que a procura global de petróleo desacelere em 2024

O ano passado terminou com uma procura média de 101,8 milhões de barris por dia e em 2024 deverá atingir os 103 milhões de barris por dia, refere a AIE no seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero.
15 Fevereiro 2024, 14h10

A procura mundial de petróleo vai abrandar este ano, com um crescimento previsto de 1,2 milhões de barris por dia, face ao aumento de 2,3 milhões em 2023, informou hoje a Agência Internacional de Energia (AIE).

O ano passado terminou com uma procura média de 101,8 milhões de barris por dia e em 2024 deverá atingir os 103 milhões de barris por dia, refere a AIE no seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero.

Esta tendência de abrandamento do crescimento da procura este ano segue o abrandamento já registado no quarto trimestre do ano passado, adianta.

A China, Índia e o Brasil vão continuar a “dominar o crescimento” da procura este ano, enquanto nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) o aumento será “fraco” devido ao abrandamento das suas economias, lê-se no documento.

A procura por parte da China vai manter-se mesmo assim elevada, apesar de no último trimestre do ano passado se ter registado uma “queda acentuada” da mesma em 500 mil barris por dia em relação ao trimestre anterior.

O documento refere ainda que a produção mundial apresentou uma queda mensal em janeiro de 1,4 milhões de barris por dia, devido à forte tempestade ártica que paralisou a produção na América do Norte durante alguns dias, e aos “novos cortes voluntários” na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados (OPEP+), de cerca de 300 mil barris por dia.

Outro fator, sublinha a agência, foi a “intensificação das hostilidades” no Médio Oriente.

No mês passado, a AIE alertou para o risco “elevado” da circulação marítima no Mar Vermelho, que, segundo a AIE, poderia provocar problemas de abastecimento e preços mais elevados nos mercados europeus.

No relatório, a AIE confirma que “o desvio do tráfego de petroleiros do Mar Vermelho congestionou as cadeias de abastecimento Ásia-Europa e atrasou os fluxos para o Atlântico”.

No entanto, os níveis recorde de extração de petróleo nos Estados Unidos, no Brasil, na Guiana e no Canadá ajudarão a impulsionar a oferta não-OPEP+, com mais 1,6 milhões de barris por dia este ano, contra um aumento de 2,4 milhões de barris por dia em 2023.

As reservas mundiais de petróleo caíram cerca de 60 milhões de barris em janeiro, segundo dados preliminares, e as reservas em terra atingiram o seu nível mais baixo desde 2016.

“Dado o aumento dos riscos geopolíticos e o baixo nível das existências mundiais de petróleo, um modesto excedente (de produção) pode ajudar a conter a volatilidade do mercado”, salienta a AIE.

A agência destaca também o aumento dos preços em janeiro, devido tanto ao conflito no Médio Oriente como à interrupção da produção na América do Norte.

A título de exemplo, recorda que o petróleo Brent subiu em média cinco dólares por barril em janeiro, a primeira subida mensal desde setembro, e que no momento da redação do relatório estava cotado a 83 dólares.

Quanto à Rússia, o relatório da AIE refere que as exportações de petróleo bruto se mantiveram estáveis em cerca de 7,7 milhões de barris por dia entre dezembro e janeiro, mas as receitas aumentaram 1,7% neste período, para 15,7 mil milhões de dólares, devido à subida dos preços.

Em particular, o preço do barril russo, que começou janeiro a 60 dólares, terminou o mês perto dos 66 dólares, mas caiu para 61 dólares em fevereiro.

O relatório adverte que os recentes ataques ucranianos às refinarias russas e a outras instalações petrolíferas podem ter um impacto “significativo” se os trabalhos de reparação se prolongarem.

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