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Ainda há empresas opáveis?

Um dos temas mais interessantes na Euronext Lisbon foi seguir a história da Pharol, com os títulos a reagirem em alta depois do acordo com a brasileira Oi.
19 Janeiro 2019, 17h00

O objetivo superado era fechar todos os litígios judiciais existentes entre as duas empresas e nos dois países. A Pharol vai receber 25 milhões de euros e 33,8 milhões de ações da empresa de telecomunicações brasileira.

O valor que a Oi vai pagar à Pharol, companhia liderada por Palha da Silva, terá obrigatoriamente de ser aplicado na subscrição do aumento de capital que a Oi está a realizar. A empresa portuguesa ficará com 6% da companhia brasileira. Em meados de dezembro a Pharol já tinha anunciado a desistência relativamente ao aumento de capital e para o qual tinha a autorização da AG, mas mantinha o interesse na injeção de capital da Oi. Em nota da CMVM, a administração de Palha da Silva afirmava que as condições de mercado não se apresentavam propícias à realização de um aumento de capital. Adiantavam na nota que “a sociedade dispõe de outros instrumentos para acautelar os seus interesses ao nível da Oi, podendo a participação da Pharol no aumento de capital social da Oi ser prosseguida com uma gestão combinada das disponibilidades de caixa, dos direitos de subscrição preferencial e das ações”.

Mas há outros títulos que merecem ser acompanhados, a começar pela Vista Alegre que desistiu do aumento de capital no final do ano passado, tendo a empresa justificado a decisão com as condições do mercado de capitais. Nuno Marques, o chairman admitiu, entretanto, o regresso à operação logo que seja possível. A dispersão do capital não acontecerá durante este primeiro trimestre do ano.

O objetivo da operação era combinar um aumento de capital social com uma oferta de venda de ações por parte da Visabeira Indústria com a intenção de dispersar um mínimo de 17,5% da companhia VAA – Vista Alegre Atlantis. Recorde-se que o grupo Visabeira detém 94% da Vista Alegre, sendo que o acionista principal com 90,5% do capital é a Visabeira Indústria.

Entretanto, prossegue a concentração do capital da Inapa, tendo o Estado ficado com a participação da Caixa, mas na estrutura acionista continua o NB e o BCP. Esta instituição mostrou-se disponível para vender toda a participação, avançou recentemente o JE. Um comunicado recente dá conta da concentração de 44,12% do capital da Inapa pela Parpública depois da aquisição de lotes de ações à Direção Geral do Tesouro e Finanças, a que corresponde 33,3% da totalidade dos direitos de voto, o que significa que está no limite da obrigação de lançamento de uma Oferta. A OPA apenas é evitada pelo limite estatutário definido em 2014. A compra da posição da Caixa foi feita perla Direção Geral do Tesouro e Finanças, uma participação pública a que se junta a participação também pública da holding Parpública. A limitação dos direitos de voto foi a solução para evitar uma OPA.

Ainda duas outras empresas que os investidores devem estar atentos em 2019 no mercado nacional é a relativa à Litho Formas, uma entidade sem transações de relevo e que está listada no mercado não regulamentado. A última informação disponível tem quase um ano e dá conta da deliberação no sentido de redução do capital, sendo que o valor resultante desta operação foi entregue aos acionistas. Outra empresa a ter em conta é a tecnológica Glintt que foi alvo de uma OPA para sair de bolsa e o acionista maioritário não conseguiu. É uma entidade com forte presença na área da saúde e que merece ser seguida.

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