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Albuquerque confirma renúncia ao mandato de Sérgio Marques e substituição por Dinis Ramos

A renúncia ao mandato surge depois de Sérgio Marques ter admitido a existência de obras inventadas na Madeira, e de ter acusado empresários de afastarem secretários regionais do Governo da Madeira. Sérgio Marques disse não ter condições políticas para exercer o seu mandato como deputado do PSD Madeira na Assembleia da Madeira.
18 Janeiro 2023, 12h43

O presidente do PSD Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque, confirmou a renúncia ao mandato de Sérgio Marques como deputado na Assembleia da República e a sua substituição por Dinis Ramos a partir dessa quinta-feira.

“Sérgio Marques pediu a renúncia, alegou as razões e está resolvido”, explicou Albuquerque esta quarta-feira. Sérgio Marques anunciou a renúncia ao mandato, no Facebook , alegando “não ter condições políticas” para o prosseguimento das suas funções parlamentares.

O até agora deputado do PSD na Assembleia da República, Sérgio Marques, admitiu ao DN, entre outras coisas, que existiam obras inventadas na Madeira, que empresários afastaram secretários regionais do Governo da Madeira, sob a presidência de Miguel Albuquerque.

Albuquerque diz “não concordar”, e com isso rejeita as afirmações de Sérgio Marques. “São juízos de valor que faz. Não concordo”, reforçou o presidente do PSD Madeira e do Governo Regional.

Em declarações ao “DN” Miguel Sousa e Sérgio Marques admitem “obras inventadas” na Madeira.

Sérgio Marques admitiu também ao “DN” que “esta governação social-democrata” levou a que se afirmassem quatro ou cinco grupos económicos, que acumularam “muito poder”, identificando Sousa, Avelino, Pestana, Trindade e Trindade/Blandy. “E principalmente dois grupos […], o Luís Miguel Sousa, com quem eu trabalhei oito anos, e o Avelino Farinha acho que foram os mais beneficiados da governação regional”, disse à mesma publicação.

O social democrata continua referindo que estes grupos foram “muito protegidos” e cresceram “muito à conta dos negócios” com a região, acrescentando que “acumularam muito poder” e “começaram a condicionar a governação”.

Sérgio Marques acusa Luís Miguel Sousa de ter conseguido afastar Eduardo Jesus do Governo porque este tinha uma agenda para “reformular o porto” e que Avelino Farinha o “consegue afastar das obras públicas. Ele não queria que eu saísse do governo, ele queria era só afastar-me das obras públicas”.

O social democrata acusa também “os grupos viram-se na necessidade de controlar os media regionais”, e admite que quando deixou o Governo “houve ali muito dedo de Alberto João Jardim”.

O presidente do PSD Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque, diz que o episódio em torno de Sérgio Marques “não fragiliza” o PSD Madeira. “A vida continua. Temos de olhar para a frente”, acrescentou o líder do executivo madeirense.

Albuquerque abordou o caso de Patrícia Dantas, também deputada do PSD Madeira, na Assembleia da República, e diretora regional adjunta da Economia, no Governo de Miguel Albuquerque.

“O processo está a decorrer. Isso já foi explicado e não tem nenhum problema. Arguida não é ser condenada. O arguido é um estatuto para permitir a defesa da pessoa. Patrícia Dantas sempre foi uma pessoa íntegra, honesta e tenho toda a certeza que ela será absolvida”, disse o presidente do executivo madeirense.

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