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Alemanha aprova estratégia para reduzir dependência da China

A estratégia apresentada esta quinta-feira, pela ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, passa por reduzir a dependência em “sectores críticos” como a medicina, baterias de lítio usadas nos carros elétricos e metais raros essenciais para o fabrico de chips.
13 Julho 2023, 19h27

A Alemanha vai reduzir a dependência da China, o seu principal parceiro comercial, em “sectores críticos” como a  medicina, baterias de lítio usadas em carros elétricos e metais raros essenciais para o fabrico de chips.

A “Estratégia para a China”, aprovada pelo governo federal, foi apresentada esta quinta-feira, 13 de julho, pela ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock. O documento de 61 páginas consagra as diretrizes das relações futuras do motor da Europa com a segunda maior economia do mundo.

A China é há já vários anos o mais importante parceiro comercial da Alemanha, com o comércio bilateral a atingir uns 300 mil milhões de euros anuais.

“A China mudou. Como resultado dessa mudança e das decisões políticas da China, precisamos mudar a nossa abordagem”, afirma o documento que defende a manutenção dos laços económicos, mas “a redução da dependência em áreas críticas pelos riscos que representam”.

O documento aponta, por exemplo, dependências na área das tecnologias médicas e dos produtos farmacêuticos postas a nu durante a pandemia da Covid-19. Existem também dependências críticas noutras áreas fundamentais como os metais raros e outros produtos necessários para a transição energética.

O chanceler, Olaf Scholz, escreveu, no Twitter, que o governo federal reage a uma China que mudou e está assumir uma postura mais ofensiva. “Para nós, a China é e continuará a ser um parceiro, concorrente e rival sistémico.”

A mensagem do governo alemão, salientou, é clara: “queremos viver em paz e liberdade junto com todos os nossos parceiros, com todos os países do mundo – mas  não somos ingénuos”. As dependências unilaterais devem ser reduzidas – esta é a grande lição que a Alemanha retirou da agressão russa contra a Ucrânia. Quando eclodiu a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Alemanha era fortemente dependente do gás russo e não tinha uma política de defesa.

Governada por uma coligação tripla – Partido Social-Democrata (SPD), do centro-esquerda, Os Verdes e o Partido Liberal (FDP) -, com a política externa nas mãos dos Verdes -, os valores dão mostras de se sobreporem aos interesses. O país está numa nova rota energética e de defesa e faz prevalecer os valores humanistas, como se vê pela decisão estratégica de diminuir a dependência da China.

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